Blog de informações sobre hip hop, rap brasileiro e cultura de rua

Posts com tag “não canso de ouvir

“Não canso de ouvir” com Dj Mako

Victor Makoto Oiwa aka Dj Mako - Divulgação

Victor Makoto Oiwa aka Dj Mako - Foto por PG

Os 10 discos que o Dj Mako não cansa de ouvir!

Quem manda o seu top 10 dessa vez na seção “Não canso de ouvir” é o Victor Makoto Oiwa aka Dj Mako. O cara antes ouvia mais rock, mas passou a pirar no rap depois de ouvir “Walk this way”, a clássica parceria entre Run DMC com os roqueiros do Aerosmith. Quando adolescente, dançava break e andava de skate.

Conhecido por tocar com os MC’s Akin e Shawlin, também agita várias festas de Sampa, como foi o caso da festa Jazz it Up!, que rolava no Studio SP. Além do trabalho como Dj, Mako também é professor. Ele dá aula de discotecagem no curso de produção de música eletrônica, na Faculdade Anhembi Morumbi (São Paulo).

O Dj acha tempo também para atacar de designer, tanto que ficou na responsa da capa do álbum do Elo da Corrente e o layout do Subsolo. Atualmente, Mako trabalha na produção dos álbuns do Lumbriga, do Gato Congelado e grava scratches no álbum solo de Lurdes da Luz (Mamelo Sound System). Confira abaixo a seleção variada de Mako, que vai do “notório” BIG até a finesse de Brazilian Octopus. Curte ae!

10. Marcos Valle – Vento Sul
Esse disco é outro que escuto muito, gosto muito das letras – ainda não consegui pegar o vinil, mas tá na minha lista de “discos para pegar” faz tempo. Tem vários raps lá, não só de samplear, em vários outros sentidos também, é uma viagem. É o rap! Como dizem.

9. Brazilian Octopus
cg30-brazilian-octopus-1969-fermataEsse disco é um dos mais bonitos que já ouvi, demorei para pegar esse disco, paguei caro e ainda peguei com uma faixa que tá pulando, mas valeu muito a pena. Escuto pra me acalmar ou para ir pra bem longe…

8. Maestro Waltel Branco – Meu Balanço
Hoje em dia escuto muito mais discos antigos do que os atuais por causa do rap! Tem vários discos que eu queria colocar nessa lista, mas uns dias atrás tive a oportunidade de conhecer esse maestro e ele me disse que esse disco foi gravado em três horas e em dois canais. Além de ser um disco bonitão que eu já ouço há algum tempo, por essa pessoa ser um exemplo de ser humano, me fez gostar muito mais desse disco e dos trampos dele, muito respeito pelo Mestre-Maestro Waltel.

7. Edan – Primitive Plus
Primeira vez que ouvi falar desse cara foi em 2000 numa rádio da Filadelfia que só tocava uns raps underground (tipo demotapes gravadas em casa mesmo), vários caras que eu nunca tinha ouvido falar antes… Ouvi uma faixa que chama “Sing it shit face”. Ele só lançou esse album uns anos depois com várias outras músicas até mais loucas que essa e dizem que ele faz as artes das capas, que também acho de muito bom gosto.

6. Notorious BIG – Ready To Die
BIG, na minha opinião, foi o cara que tinha o flow mais loco de todos! Infelizmente ele se foi por causa daquela treta, mas deixou esse discão pra gente.

5. Doom e Madlib – Madvillain

mf-doom-madvillain-cover_1Essa combinação foi uma das mais fodas que já ví. Doom e Madlib: sujo, bonito, pesado, doidão como acredito que deve ser. Nem vou escrever, mas quem não conhece, ouça. Difícil destacar uma só, mas gosto muito da “Accordion”.

4. Buckshot LeFonque – Music Evolution
Esse disco é muito importante pra mim porque ele me fez começar a comprar e pesquisar uns discos de jazz, que é o que mais escuto hoje em dia. “Music evolution change. Sometimes the common make it sound strange.” Muito bom esse disco, sem esquecer os scratches do Apollo. Representou muito aí.

3. Common – Ressurection
O Resurrection me chamou a atenção por vários motivos, primeiramente os scratches (Mista Sinista) depois as letras, os beats (No I.D.). A “I Used to love H.E.R.” é uma das letras mais bem escritas que já ouvi.

2. Nas – Illmatic
Na primeira vez que escutei esse disco fiquei louco, logo vi que esse álbum tava lotado de clássicos, vários scratches loucos. O Nas, como o Mos Def, Doom, Q-Tip e outros, é um dos que mantêm a cabeça no lugar até hoje e lançam vários trampos bons, na minha opinião.

1. Wu-Tang Clan – Enter the 36th Chambers
Este disco marcou muito um período minha vida e da história do rap também. Na época que eu andava de skate, lembro que ouvi este disco por muito tempo, vários meses. Ouvia os raps de outro jeito, com outra cabeça. Comecei até estudar inglês sozinho e traduzir as letras pra entender qual era a ideia que eles estavam dando. Não tem nenhuma faixa desse disco que eu pulava, com certeza uma referência pra vida toda.

Mais sobre o Dj Mako:
www.myspace.com/vmakoto
www.myspace.com/akin6378
www.myspace.com/supershaw021
www.myspace.com/subsoloodd


“Não canso de ouvir” com Dj Tamenpi

Dj Tamenpi no comando do som (Foto de Giordana Moreira)

Dj Tamenpi no comando do som (Foto de Giordana Moreira)

Desta vez, quem aparece na seção “Não canso de ouvir” é o Dj carioca Daniel Tamenpi. Após a polêmica lista do produtor gaúcho Cyber, Tamenpi encara o desafio de mostrar 10 sons que mais marcaram em sua vida. Conhecido por ter sido um dos percurssores da famosa festa Zoeira Hip Hop, no Rio de Janeiro, e depois graças a seu belo trabalho de “garimpo” no blog “Só Pedrada Musical“. Hoje, comparece em diversas festas do RIo e de SP e comanda as pick-ups do grupo A Filial (RJ).

Para quem cometeu o sacrilégio de ainda não conhecer o blog de Tamenpi, saiba que é lá que muita gente conhece ótimos sons novos e das antigas, garimpados com todo cuidado. A partir daí, o que se pensa é que uma lista de 10 discos pode ter sido fácil…ou praticamente impossível de ter sido feita! “Essa foi foda, hein! Não imaginava ser tão difícil separar 10 discos marcantes”, conta Tamenpi. Pronto para conferir a lista? Então vamos lá.

“Como o Per Raps é um blog ligado a cultura hip-hop, vou me restringir ao rap e listar 10 discos, o que já é uma tarefa quase impossível por deixar dezenas de outros clássicos de fora” – Dj Tamenpi.

1. A Tribe Called Quest – “Midnight Marauders”

ATCQ_Mid Mar

A Tribe era cabuloso demais! Unanimidade no hip-hop. Os caras eram muito avançados, em todos os sentidos. Meu disco preferido do grupo é o “Midinight Marauders”, de 93. Com os clássicos “Electric Relaxation”, “Award Tour”, “Oh My God”, entre outros.

2. Nas – “Illmatic”

“Illmatic” tem 10 faixas intocáveis. Gosto muito do Nas. Apesar de achar que seus únicos discos realmente bons são os dois primeiros, o cara tem uma levada sinistra e um timbre de voz que combina com o rap perfeitamente. Um dos discos perfeitos do rap.

3. Gang Starr – “Moment Of Truth”

gangstarr_mot cover

Outro dos discos perfeitos do rap. Gang Starr em seu momento de ouro. “Moment Of Truth” é um tapa na cara. 20 beats de um Dj Premier inspiradíssimo e Guru arregaçando em musicas como “You Know My Steez”, “Work”, “The Militia”, “Above The Clouds” e todas as restantes. Street rap purinho!

4. Mos Def & Talib Kweli – “Mos Def & Talib Kweli are Black Star”

Já que existe a limitação de dez discos, em vez de listar a estréia de Mos Def e do Talib Kweli (que estariam facilmente nessa lista), listo então a parceria entre os dois, que se tornou uma das mais fodas do rap. Mos Def e Talib Kweli juntos é simplesmente imbatível. Acompanhado de produtores galácticos como Hi-Tek, J.Rawls, Da Beatminerz entre outros.

5. Jurassic 5 – “Powers In Numbers”

O disco mais completo do grupo mais enérgico do rap. Jurassic 5 tem um som único e perfeito. Powers In Numbers é o ponto alto da carreira. Infelizmente chegou ao fim, mas quem sabe um dia volta. Quem foi no show do Indie de 2005 certamente jamais esquecerá.

6. Common

Common arregaçou nesse álbum. Na época o cara estava sendo muito criticado e deu a resposta em “Be”. Juntou Kanye West (daquela época… quando ainda fazia rap) e J. Dilla na produção e o complementou com ótimas letras e ótimos refrões. O disco perfeito do novo século.

7. J. Dilla – “Donuts”

Álbum póstumo do melhor produtor de todos os tempos. “Donuts” é emocionante. Muito sentimento e genialidade em 32 beats rápidos e perfeitos. Dilla juntou suas principais influências e fez sua homenagem antes de encontrá-los no além.

8. Q-Tip – “The Renaissance”

Q-Tip voltou à cena no ano passado com seu aguardado “The Renaissance”. Escuto até hoje quase que diariamente. Um disco claramente pensado em todos os detalhes. Um dos trabalhos mais bem feitos do rap atual. Não é à toa. O cara é daquela Tribo Chamada Quest né.

9. Sabotage – “O Rap é Compromisso”

Impossível não citar o Sabotage. Faz muita falta ao rap brasileiro. Mente aberta, sem preconceitos, estava se envolvendo em diversos projetos e levando a cultura hip-hop a nichos diferentes. Seu álbum de estréia é um disco perfeito no rap brasileiro.

10. Mamelo Sound System – “Velha Guarda 22”

mamelodisco_capaAcho esse disco muito absurdo! Produzido por Scotty Hard, que já trabalhou com De La Soul, Wu-Tang Clan entre outros gigantes do hip-hop mundial, a sonoridade é bem brasileira, mas sem clichês. Disco “mente aberta” total. Ainda tem participações de gente como o baterista Tony Allen, as bandas Nação Zumbi e Hurtmold, a cantora Céu scracthes do DJ Primo e a lista ainda cresce.

____________

J-Live no Brasil (parte II)

tamenpi_jlive

Aproveitando que o Dj Tamepi escreve para diversos cantos, incluindo a Revista Trip, a +Soma entre outros, resolvemos pedir para que ele reportasse suas impressões sobre o show em que tocou antes de J-Live. Muita gente havia pedido mais após a publicação da impressão da equipe do Per Raps sobre a passagem do MC/DJ/Produtor/Beatmaker e CEO a São Paulo, pois está ai a chance!

J-Live: Experiência vivida – por Dj Tamenpi

A convite do Per Raps, faço meu depoimento sobre o show do J-Live que rolou no Rio de Janeiro, no último dia 30 de julho.

Pessoalmente foi uma experiência que causou bastante ansiedade. Afinal, sou fã de J-Live desde seu primeiro disco e seria o DJ da noite do show (além dele, claro). Chegando ao Cine Lapa o clima já estava bom. Todos só queriam saber do show do gringo. Muitos amigos e conhecidos. O som da noite foi exclusivamente underground. A seleção sonora foi só BOOM BAP nos ouvidos. Antes do show de J-Live, Iky Castilho e Kamau aqueceram o povo, deixando todo mundo no ponto pra entrada da atração principal. J-Live abriu o show com a música “Don’t Stop” (de seu ultimo álbum “Then What Happened”) declarando seu amor pela cultura hip-hop.

Seguiu com clássicos de seus primeiros álbuns como “Like This Anna”, “Wax Papper”, “Don’t Play” com samples brasileiros, a porrada “The Best Part” produzida por DJ Premier, o reggae-rap “Satisfied” entre outras. Um dos pontos altos ficou na música “Then That’s Not”, conhecida das clássicas noites da Zoeira Hip-Hop, da época que ainda era na Sinuca da Lapa e tocada pelas mãos do DJ Castro. Momento nostalgia estampado na face de quase todos os presentes. O ponto alto final ficou com a música “Braggin’ Writes” onde o DJ/MC mostrou uma técnica invejável fazendo back to backs nos toca-discos e rimando ao mesmo tempo. Cabuloso!!!

Foi uma verdadeira celebração a original cultura hip-hop e fico muito orgulhoso de ter participado de mais essa. Em relação ao J-Live: sem palavras! Humildade total. Tratando todo mundo muito bem. Percebia-se que o artista estava muito feliz em estar participando daquilo. Com maquina fotográfica na mão, tirando fotos dos shows, das pessoas. Um verdadeiro exemplo a ser seguido.

Lembrando, acesse:

http://sopedrada.blogspot.com/
____________
Festa
Luv_Primo

O mês de setembro marca um ano que o Dj Primo nos deixou. Pensando nisso, será organizada uma série de festas* que celebrarão a vida e obra de Primo. A primeira delas vai rolar na Luv, que após essa festa encerrará suas atividades por um tempo para reformas da casa Lounge 69.

No comando da celebração está o Dj Tamenpi, que vai passar pelo Dj Boggie Blind, de NY, e seguirá por caminhos inesperados.Além dele, a primeira dama dessa noite especial, Dj Pathy DeJesus, Grandmaster Pachu, Aori, Augusto (laser tag), MC Rabú e a hostess Camila.

Festa Luv @ Lounge 69
Com os Dj’s Tamenpi, Pachú e Pathy DeJesus.
Produção de Nicole Nandes e Anwonri Sauthon

Endereço: Rua Farme de Amoedo, 50 – Ipanema – Rio de Janeiro/RJ
Horário: 23h/ Preço: R$ 40 (R$ 20 na lista amiga – luvblacklist@gmail.com até às 20h de hoje)
Info: (21) 2522-0627
http://luvbaileblack.blogspot.com/

*Continue acompanhando o Per Raps para mais informações destas festas.


“Não canso de ouvir” com Cyber

O rapper Dogg e o beatmaker Cyber em Porto Alegre/RS - Divulgação

O rapper Dogg e o beatmaker Cyber em Porto Alegre/RS - Divulgação

A seção “Não canso de ouvir” traz desta vez o produtor gaúcho Tiago Sperb Machado aka Cyber. Em São Paulo, ele é mais lembrado pelos seus trabalhos com o MC Paulo Napoli e o “raggaman” Jimmy Luv, mas já fez beats para nomes como Arcanjo Ras e o carioca Gutiérrez. Em suas produções, Cyber não costuma utilizar samplers, dando preferência para o uso de um teclado.

O funk possui espaço considerável no trabalho do gaúcho de apenas 21 anos, que no sul do país, é mais conhecido por essa vertente. Seu último beat foi feito para a dupla de Blumenau (SC), Dalmata, formada pela cantora D’Lara e o rapper BoaVentura.

Confira mais informações no myspace do beatmaker.

1) Gutierrez – Esse É O Meu Reino/PROMO (2004)

Esse CD Promo eu sempre escutei. Na época que saiu, eu nem conhecia o Gutierrez ainda, mas entrava direto no canal #Rap do IRC, e o pessoal falava bastante dos sons dele. Resolvi baixar. Não parei mais, até hoje escuto. Sempre tem uma faixa desta promo em qualquer seleção própria pra eu escutar. Rap nacional, objetivo, bolado, com sentimento, com balanço, porradão! Sem contar as letras e a voz dele que são marcantes. E o principal: refrões e rimas que grudam na cabeça, que tu fica cantando um dia inteiro! As três que eu destaco são: “O Massacre Da Rima Elétrica”, “Fallujah” e “Ruas”.

2) Ma$e – Harlem World (1997)

Vocês devem tá achando que eu to brincando né? Ma$e em uma seleção de discos! hehehe.. Curto pra caralho! O cara é taxado como fraquinho, flow fraco, letra fraca, som fraco. Mas eu vejo um potencial nele imenso, o estilo dele é diferente, é outra parada, é um estilo Ma$e mesmo. O que me chama atenção? É simples: o jeito dele rimar é único, aquela voz que muitos acham “chata”, pra mim, é foda. O cara tira muita onda! Esse álbum aí tem músicas interagidas, sempre com um refrão colante, diferente! E as bases sempre numa levada foda, marcantes, que não precisaria de nenhuma voz em cima pra ficar dançante. Resumindo, Ma$e é foda, sou fã mesmo, não só este álbum, mas todos. Não é por nada que Kanye West, Nelly, Fabolous e Loon veneram o cara! To felizão que ele voltou! Lembrando que o primeiro sucesso produzido por The Neptunes foi “Lookin’ At Me”. E já ouvi boatos que o Kanye West fez algo neste álbum, na época que ele era aprendiz do Deric ‘D-Dot’ Angelettie. Destaques: “What You Want”, “Lookin’ At Me” e “I Need To Be”.

3) Nirvana – Nevermind (1991)

nirvana_nevermind_cover

Foda…fez parte da minha adolescência, embora a banda nessas alturas já tinha acabado, Kurt Cobain se suicidado. É o tipo de disco que eu escutava até todo mundo à minha volta ficar de saco cheio. Até hoje eu pego o violão e sei tocar todas as faixas, sem exceção. Aprendi a tocar guitarra e baixo com ele, enchia o saco da minha professora de teoria musical, pra tirarmos as notas deste álbum, detalhe por detalhe. O que dizer? Cada detalhe é foda. Cada escala, cada solo, cada virada de bateria. Cada grito, cada refrão, cada verso. Agressivas, lentas, melancólicas…Kurt Cobain é um gênio, um baita compositor. Pra mim um compositor de qualquer tipo de música deve fazer sons que façam com que a pessoa escute, e não que desligue, e fale: Que chato! Que merda! Pra mim cada música tem que ter sua característica, onde você começa a tocar o arranjo e todo mundo sabe identificar: “Essa é tal música né?!”. É o caso desse álbum. Destaques: “Come As You Are”, “Lithium”, “Breed”.

4) Christina Aguilera – Stripped (2002)

É, Christina Aguilera na minha seleção! Isso mesmo! Stripped é obra prima, perfeição mesmo. Além da mina cantar pra caralho, arranjos de voz realmente pegajosos, falsetes, graves e agudos perfeitos, a produção do disco é demais! Os instrumentais me arrepiam, escuto direto, sempre que posso, desde quando o disco foi lançado. Passei a admirar o trabalho do produtor Scott Storch mil vezes, depois que escutei as sete das 20 faixas que ele produziu, sendo que duas foram single e estouraram em nível internacional. Os violinos que são usados nos sons, perfeitos. Destaque também pra Linda Perry que compôs no álbum também. Destaques: “Walk Away”, “Beautiful” e “Loving Me For Me”.

5) Sabotage – Rap É Compromisso (2000)

Lembro de estar no Fórum Social Mundial de 2003, aqui em Porto Alegre/RS, esperando ele vir para um show, escutando os sons do disco direto! Infelizmente ele não veio, mas também, quase queimamos o CD de tanto escutar. Pra mim é clássico esse CD, curto cada faixa, cada letra, cada refrão, cada base… falando nisso, de novo, os ingredientes que fazem de uma música, um som bom: uma letra fácil, um refrão e uma base criativa e grudenta. Direta! Na cara! DJ Cia, Ganjaman, DJ Zegon, mandaram muito neste disco. Os beats muito foda mesmo, e fechou com a época que lançaram. Destaques: “Um Bom Lugar”, “Na Zona Sul” e “País da Fome”.

6) The Game – The Documentary (2005)

Um disco recente, e muito bom. Nenhuma faixa é ruim. Músicas diferentes entre si, boas participações e principalmente, bons produtores. O álbum tem no mínimo 18 produtores e co-produtores diferentes, que contribuem para idéias e músicas diferentes, com objetivos diferentes. Dr.Dre, Scott Storch, Kanye West, Cool and Dre, Just Blaze, Timbaland, Havoc…Cada um com sua característica, com o seu jeito de produzir, deu no que deu. Tudo isso somado com a capacidade de 50 Cent e outros, de fazer refrões grudentos e marcantes, e a pegada do The Game nas rimas…pronto, clássico! Destaques: “Higher”, “Start From Scratch” e “Put You On The Game”.

7) 98 Degrees – 98 Degrees and Rising (1998)

Muita gente não conhece, mas é um grupo realmente muito bom, claro, pra quem gosta. Podem me apedrejar, é uma boy-band, canadense. Fazer o que, eu curto…o potencial do 98° se dá principalmente nas composições, que na maioria das vezes são feitas pelo cantor principal, Nick Lachey. Os sons são muito bem produzidos, e as músicas colam na cabeça, na primeira vez que escuta. A maioria é balada, e muito bem produzida. Muitos pianos. Muitos! Pra tristeza do pessoal que curte Nas, Method Man e Jay-Z, a dupla de produtores Poke and Tone (AKA Trackmasters) produz duas faixas deste disco. Uma delas é uma das minhas preferidas, que se chama “Heat It Up”. Destaques: “I Do (Cherish You)”, “Still” e “Heat It Up”.

8) Lil Jon & The East Side Boyz – Kings Of Crunk (2002)

Lil Jon é um gênio! O cara é o mestre em fazer o que eu mais gosto em uma música: caracterizá-la! Isso mesmo! Tu escuta o disco, e logo percebe que os arranjos principais são extremamente diferentes em cada faixa, e extremamente notáveis! Fortes!

Os gritos dele são demais. Ele sabe fazer um refrãozinho bem manjado, bem grudento. As vezes nem é tão manjado assim, é pura gritaria, mas ele consegue fazer com que isso fique da hora! As muitas participações desde CD não conseguem se destacar mais que Lil Jon e seus beats destruidores! Sou fã mesmo. Este album é foda! Destaques: “I Don’t Give a Fuck”, “Throw It Up” e “Ooh Na Na Naa Naa”.

9) Puff Daddy – Press Play (2006)

Puff Daddy_Press Play

Aqui no Brasil, pouca gente curte o Diddy. O som dele! Po, eu acho o cara um completo artista. Pra mim, um rapper não tem que saber só rimar, escrever, gravar e pronto. Pra mim, isso muitas vezes é o de menos. Hoje em dia tem que ter estilo próprio, tem que ter suas características próprias, tem que saber bolar um som, uma estrutura boa, uma estrutura que todos que escutem, gostem.. “Ah! Mas o Diddy não é um bom rapper”. Pra mim ele é sim, porém, dentro das características que ele possui. Sem falar de negócios, musicalmente falando…bom, eu quase destruí com este disco. Escutei muito! Várias participações, vários produtores bons. Músicas muito bem estruturadas. Vozes grudentas, repetidas, sintetizadores chiclés. Destaco o produtor Danja e as várias cantoras de R&B. Quebraram tudo! Destaques: “Diddy Rock”, “Tell Me” e “Through The Pain”.

10) Michael Jackson – Dangerous (1991)

Pra fechar, Dangerous! Primeira fita que eu tive, eu tinha 7 anos, imitava o Michael, os gritinhos, hahahah.. E jogava o jogo dele no video-game.. É foda! Som dançante pra caramba, bem produzido, as batidas sempre envolventes.  E os instrumentais muitas vezes unindo guitarras. As musicas do MJ sempre foram do jeito que eu gosto. Envolventes, com arranjos bem característicos em cada faixa, com refrões colantes. Nada muito repetitivo, ou apagado. Energia! Sentimento! E o que falar dos versos rimados? Muuuuuuuuuuuuito fodas! Sempre quis saber quem participava, quem rimava nos sons como “She Drives Me Wild” e “Black Or White”. Esta última eu descobri, é o desconhecido LTB que rima. A maior parte das faixas foram produzidas por Teddy Riley, do grupo R&B Blackstreet. Ótimo trabalho do Slash (na época, guitarrista do Guns ‘N Roses) nas guitarras. Destaques: “Black Or White”, “Remember The Time”, “Who Is It?”


“Não canso de ouvir” com Dj Suissac

Dj Suisac, do Mzuri Sana - Arquivo pessoal

Dj Suisac, do grupo Mzuri Sana - Arquivo pessoal

Nesta edição do “Não canso de ouvir”, o Per Raps traz um dos integrantes do grupo Mzuri Sana, o Dj Suissac. Atualmente, o Dj natural do estado da Bahia, é residente da festa da Colex, que costuma acontecer uma vez por mês na Hole Club, em São Paulo.

Suissac é também responsável por colagens e scratches, além de uma base (do som “Evolução na locução”) no último trabalho de Kamau, o Non Ducor Duco. Esse foi o primeiro beat feito fora do M’Sana. Ele é também dono de uma base clássica de seu grupo, o som “Era uma vez, três”. Confira abaixo os 10 grandes trabalhos que infuenciaram o Dj Suissac. Aproveite!

Grandmaster Flash & The Furious Five – The Message

Foi meu primeiro vinil, comprei quando cheguei em SP. Aqui me aprofundei na cultura e logo virei B-boy em 1991, junto com muitos membros da Cultura Hip-Hop, na São Bento. Difícil escolher só uma música desse álbum, mas aqui vai: The Message.

Africa Bambaataa & Soul Sonic Force – Planet Rock – The Album

Um outro álbum muito importante pra mim foi produzido por Arthur Baker, o próprio Bambaataa e Doug Wimbish (baixista do Living Colour). Outro disco que quando comprei nem tinha nem visto videoclipe nenhum, pois na época nem chegavam videoclipes por aqui. No Brasil, quando assisti na TV, fui à loucura, gravei no VHS e quase queimei meu video cassette de tanto assistir.

Sergio Mendes e Brasil ’66 – Crystal Illusions

Muita gente já ouviu e sampleou. Engraçado é que este vinil foi de um tio meu que mora em Salvador, quando ficou sabendo que tinha virado Dj mandou de presente pra mim. Nunca toquei ele em festa, mas ouvi muitas vezes para ter inspiração, é um clássico. A música deste disco que mais gosto é Viola Enluarada.

Altemar Dutra – Que queres tu de mim

Pra mim esse álbum é inesquecível pois meu falecido pai puxava muito minhas orelhas pedindo pra virar a fita no gravadorzinho dele. Eu engasgava a fita no gravador, pode parecer até chato, já que não queria nem ouvir falar de Altemar Dutra, mas hoje tenho dois vinis dele. Talvez use numa mixtape futuramente pra lembrar do meu velho (risos).

Q-Tip – Move (do álbum The Renaissance)

Essa música, quando o Q-Tip lançou, me veio a mente Michael Jackson. Quando vi o clipe, que presta homenagem ao Rock With You (Off The Wall), achei muito louco. Não poderia deixar de falar desse cara, pois foi o cara que contribuiu para que o Hip-Hop ganhasse o mundo, de alguma maneira. Abriu os olhos de muita gente para a cultura. Obrigado, Michael Jackson!

Diverse com Vast Aire – Big game (do álbum One A.M.)

O álbum é muito bom, mas esse som é o melhor na minha opinião. Lembrei muito do estilo de batida do J Dilla ouvindo o álbum, a forma que é montado e cortado. Acho que o Madlib produziu uma nesse álbum também.

Elzhi com Royce da 5’9” – Motown 25 (do álbum The Preface)

O álbum do Elzhi chegou bem pesado. Esse cara dispensa comentários, também representa o som de Detroit. MC do Slum Village que ouvi pela primeira vez no disco solo do Dilla: Welcome To Detroit.

Grand Agent com Pete Rock – This is what they meant (do álbum Superrappin’ – Vol. 2)

Essa veio numa coletânea que o Parteum me deu de presente. Esse som faz parte do meu set quando saio pra discotecar. A produção do Pete Rock é um arregaço.

Busta Rhymes com P. Diddy e Pharrell – Pass the courvoisier – Part II (Single do álbum Genesis)

Esse é um som que se eu não ouvir pelo menos umas seis vezes por dia é capaz de eu apanhar dos meus filhos no carro. Já saio às seis da manhã ouvindo no caminho da escola, acho legal vê-los cantando a música. O segredo de um bom som está em cair no gosto das crianças. Curto Busta desde os tempos de Leaders of the New School e Scenario com A Tribe Called Quest.

J Dilla/Jay Dee – Circus (da coletânea de instrumentais: Vintage)

Como diz meu parceiro Secreto, J Dilla é uma espécie de Joe Pass do Hip-Hop. Seus sons são inconfundíveis, mas infelizmente ele não está mais entre nós. Particulamente, o som dele que mais escuto, sem desprezar os outros, é esse. Ouvi numa coleção de instrumentais que o Waajeed (Bling 47/PPP) lançou. Tem muitos que não curtiram, mas como dizem, nem Deus agradou todo mundo. Com Dilla não poderia ser diferente. R.I.P. Jay Dee. Junto com o Dj Primo, Sabotage e Michael Jackson.

Dj Suissac - arquivo pessoal

Dj Suissac - arquivo pessoal

Mais em:

http://myspace.com/djsuissac
http://www.mzurisana.com

____________
Destaque

J-Live (NY) na rima - Divulgação

J-Live (NY) na rima - Divulgação

J-Live (NY) @ Festa Chocolate
A partir das 23h
DJs: King, Dubstrong, J-Live
$60 (H) $30(M)
Lista: ro@clashclub.com.br até às 20h de terça (28/07) c/ assunto CHOCOLATE-28/07

*O rapper também passa pelo Rio de Janeiro, na quinta (30/07) e por Florianópolis (SC) no sábado (01/08).

Clash Club (SP)
Rua Barra Funda 969, São Paulo
Tel: 3151-4568


“Não canso de ouvir” com Tiago Rump

Tiago Rump escolhe seus 10 discos preferidos (Divulgação)

Tiago Rump escolhe seus 10 discos preferidos (por Miechan)

O convidado da vez é o MC e beatmaker, Tiago “Rump” Frúgoli. O desafio de escolher os 10 discos mais importantes para ele, não pareceu ter sido um grande desafio. Isso, pois não foi difícil obter as respostas de Rump.

Na sua seleção, os clássicos do hip hop dividem espaço com novidades como o duo Briana Cartwright aka Jack Davey e o produtor Brook D’Leau, que formam o J*Davey. Acompanhe agora o top 10 e as opiniões sobre cada escolha de Rump. Enjoy!

Nas – Illmatic:

Melhor disco que mistura crônica de rua com inteligência extrema. A fórmula foi muito usada no começo dos anos 90, mas nada se compara.

A Tribe Called Quest – Midnight Marauders:

Meu disco preferido da Tribe. O Phife já não estava mais em segundo plano em relação ao Q-Tip. A química funciona muito bem, e os beats são uma aula de produção.

Slum Village

Slum Village – Fan-Tas-Tic Vol.1:

Foi lançado em fita cassete em 97, só saiu oficialmente em 2005. Além do J Dilla já demonstrar lá que era um gênio dos beats, gosto muito do clima descontraido do disco. Muitas vezes, gosto mais da demo gravada na casa do artista do que do disco oficial posterior, gravado num estúdio profissional. É incalculável o impacto dessa fita nos discos posteriores, produzidos pelo Soulquarians.

J Dilla – Donuts:

O final oficial do meu capítulo preferido da história do hip hop. Impressionante ter tanto sentimento um disco sem rimas, criado a partir de samples. Mudou o jeito que eu olho para a produção de hip hop.

Mos Def & Talib Kweli – Black Star:

Pelas minhas escolhas, dá pra ver que tenho uma tendência a gostar do primeiro disco de um artista, ou até da primeira demo. Esse é o meu preferido de dois dos melhores MC’s hoje. “Respiration” tem o melhor refrão de todos os tempos.

MosDef&TalibKweliBlackStar

Common – Electric Circus:

O Soulquarians é meu coletivo de produção preferido. Eles comandam a maior parte das músicas aqui. Esse disco foi o que menos vendeu do Common, talvez por isso tenha feito ele mudar seu rumo no discos posteriores. Ainda assim, acho que esse disco inaugura o que chamo de “post hip hop”. Todos discos abaixo se encaixam na mesma categoria.

Georgia Anne Muldrow – Wothnothings EP:

Um pouco de Dilla, Milton Nascimento, Nina Simone e Free Jazz no corpo de uma garota de 20 anos. Todos instrumentos gravados por ela, até onde eu sei, na sua própria casa.

Erykah Badu – New Amerykah:

Minha cantora favorita, rodeada de muitos dos meus produtores favoritos (Madlib, 9th Wonder, Questlove, James Poyser, Sa-Ra Creative Partners, Georgia Anne, Karriem Riggins…).

J*Davey – The Beauty in Distortion:

Primeiro EP desse duo, que está para lançar um álbum pela Warner. Me lembra muito o Dilla, misturado com o melhor dos anos 80.

Suzi Analogue – World Excerpts 1-9:

Não é nem um disco oficial, está disponivel para download no http://www.freshselects.net/suzianalogue . A produtora/cantora de 20 e poucos anos da Philadelphia me impressionou muito. Destaque para a faixa “Sage Burns”.

____________

Festas
luv rj julho

MJJ in Luv @ Lounge 69
Com os Dj’s Pachú e Pathy DeJesus.
Convidado: Rabú Gonzales.
Produção de Nicole Nandes e Anwonri Sauthon

Endereço: Rua Farme de Amoedo, 50 – Ipanema – Rio de Janeiro/RJ
Horário: 23h/ Preço: R$ 40 (R$ 20 na lista amiga)
Info: (21) 2522-0627
http://luvbaileblack.blogspot.com

flyer virtualMão de Oito @ Studio SP
DJ residente: Valter Nú
Participações de Marcela Bellas, Kamau e Emicida
Data: 2 de Julho – quinta feira

Studio SP – Rua Augusta, 591
Abertura da casa: 23h
Horário: 0h
Preços: R$ 15,00 (com nome na lista e até 1h do dia 3/7) e R$ 25,00
Lista: studiosp@studiosp.org

fyabum

Pentágono apresenta Dj Kl Jay @ Fyabun
DJs: Kiko, Preto e M. Lion
Data: 3 de julho – sexta-feira
Endereço: Rua Valentim Ramos Delano, 52
Preços: R$ 8 (com nome na lista) e R$ 10
Lista: listafyabun@gmail.com


“Não canso de ouvir” com Arthur Moura (Fluxo)

Arthur Moura; músico e beatmaker do Fluxo (RJ)

Arthur Moura; músico e video e beatmaker do Fluxo (RJ)

O convidado desta semana da seção “Não canso de ouvir” é o músico, beatmaker e videomaker Arthur Moura, uma das metades do grupo carioca Fluxo.

“Quando se fala de música vejo-me perdido num oceano de possibilidades, onde destacar mestres dessa bela forma artística, que ajudaram na minha formação e aguçaram meus sentimentos e sensibilidade é tarefa árdua e de infinitas possibilidades. Mas vamos lá…”

Depois da leitura do Top 10 de Arthur, aproveite para ler o ponto de vista do beatmaker sobre a cena rap nacional. O texto foi originalmente publicado no Central Hip Hop.

“Por vivenciarmos um complexo de transformações no campo cultural, mais especificamente na arte (e é bom lembrarmos que cultura é todo um conjunto onde a sociedade, ou algum grupo, exterioriza suas concepções, idéias, costumes, formas de relacionamento), vejo a possibilidade de uma discussão que tem como objetivo principal a observação das especificidades da cena independente do rap no Brasil…”

Continue a ler no Central Hip Hop.

1) Babylon by Gus – Black Alien

Este disco eu levo sempre onde posso para apresentar o quão grandioso é esse músico fluminense. É difícil sentir tamanha musicalidade, e acho que Black Alien tem uma certa intimidade em tocar as pessoas justamente por ser um músico.

2) Black Star – Mos Def e Talib Kweli

Outra obra raríssima. Hoje já não percebo muito o Talib como antes, mas o Mos Def continua sendo grandioso e foi um cara que contribuiu não só com a música, mas explana seu talento no cinema também. Lembro-me de ter ouvido esse disco pela primeira vez em Goiás em 2004, ou 2005 (nem faz tanto tempo assim), e desde então nunca mais deixei de ouvir.

3) Dj Dolores – Engrenagem

Outra obra prima de um brasileiro que sabe misturar bem os ritmos do nosso território e ser representativo para o nosso povo. Esse disco, feito com samples, colagens e todo tipo de maluquice, mostra a ousadia que mistura ritmos nordestinos com a música eletrônica.

4) Dosh – Dosh

Bom… Não sei se é esse mesmo o nome do álbum, mas tenho quase certeza que sim, rs. Esse cara, integrante do Anticon, é o experimentalismo em pessoa! Trabalha como ninguém com loops e é um ótimo instrumentista. Vale a pena para quem gosta de algo diferente.

Capa do cd "Após Algumas Estações", lançado no final do ano passado

5) Elo da Corrente – Após Algumas Estações

Um disco fabuloso com ótimos MC´s e sem esquecer-se do Dj também. Só me resta uma crítica a essa obra, que é ser mais breve. Mas para quem gosta de um rap feito com todo cuidado, boas letras e bases muito bem trabalhadas torna-se obrigatório apreciar!

6) Gabriel Teodros – Loveworks

Outro dia vi esse cara no meu myspace e resolvi ouvir. Continuo ouvindo até hoje! Musical, bom gosto, flow… Enfim, um rap americano de ótima qualidade.

7) Sage Francis – A Healthy Distrust

Outro cara do coletivo Anticon. Esse é das antigas mesmo. O que mais me atrai no Sage Francis é a voz característica dele, e é claro a ousadia – que torna-se obrigatório, já que ele faz parte do coletivo mais experimental conhecido até hoje.

8) Why – Sanddollars

É difícil listar dez discos e não colocar o Why. Outro do coletivo Anticon (já deu pra ver que eu puxo sardinha pros caras, rs) e que tem por formação original três caras (que eu não sei o nome) e que fazem um som de primeira, misturando guitarra, violão, percussão, batera e vários instrumentos nem tão convencionais!

9) Shawlin – Ruas Vazias

Esse disco é ótimo também, pois mostra um rap diversificado e que não traz apenas o Shawlin, mas participações importantíssimas como Chapadão, Zé Bolinho, Tapechu e o Funkero, que representam um rap solto, sério, e como sempre, mostrando uma musicalidade em suas produções.

j. rabello capa
10) João Rabello – Roendo As Unhas

Como estudei violão erudito por alguns anos, vejo-me na obrigação de apresentar esse cara. Pelo sobrenome dá pra ver que o cara traz consigo o violão, o choro, o samba, a bossa e todo o patrimônio cultural nacional na veia. João Rabello tem nos dedos o mais puro violão brasileiro.

____________

Festas e shows

Luv_09

Baile in Luv @ Lounge 69

Com os Dj’s Pachú e Pathy DeJesus. O convidado será o Dj Babão (Inumanos).

Serviço:
Endereço: Rua Farme de Amoedo, 50 – Ipanema – Rio de Janeiro/RJ
Produção: Nicole Nandes e Anwonri Sauthon
Horário: 23h
Preço: R$ 40 (R$ 20 na lista amiga)
Info: (21) 2522-0627
http://luvbaileblack.blogspot.com

Kamau em ação por Acauã Novais

Kamau em ação por Acauã Novais

Kamau @ Projeto Hip Hop no Rio Verde

Nesta quinta-feira, 11 de junho, Kamau leva seu primeiro trabalho solo, “Non Ducor Duco”, a mais uma edição do Hip Hop no Rio Verde. O projeto faz parte do programa “Acervo ao Vivo” – em que as apresentações são gravadas e passam a constituir a programação da rádio Leaves Sound (www.radioleave.com.br)

Antes do show, a casa exibe o documentário “Versificando” (Brasil, 2009), de Pedro Caldas, que também conta com a participação de Kamau. O vídeo, que saiu pela 13 Produções, é um passeio pela cultura musical brasileira, que se encontra pulverizada em São Paulo. A produção retrata desde gêneros regionais, como o repente, a embolada, o jongo e o cururu, aos mais populares atualmente, como o samba de partido-alto e o rap freestyle.

Também na quinta (11), Kamau se apresenta na Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), que fica no centro da cidade. O show começa às 18h e faz parte das atividades da 2ª Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial. (Endereço: Largo São Francisco, 95).

Serviço:

Quinta-feira, 11 de junho
Rua Belmiro Braga, 119, Vila Madalena, São Paulo (SP)
Tel.: 0/xx/11/3459-5321
Documentário: 20h30 (52 min)
Show: 21h30
Entrada: R$ 10

hhs_12junhoHip Hop Sessions @ Sexta-feira, 12 de Junho

Com os MC´s Murf e Magú. Nas pickups´s, os Dj’s Peen eSelectah Kbc.

Serviço:
Local: Soho Underground
Rua: Visconde do Rio Branco, 870 – Curitiba/Paraná
Mais informações: http://www.hiphopsessions.blogspot.com
Fonte: Track Cheio


“Não Canso de Ouvir” com Luciana Playmobile

playmobile 2

Luciana Playmobile no garimpo - por Guilherme Aeme

“Não Canso de Ouvir” com Luciana  Playmobile (Beatmaker) 

A seção “Não canso de ouvir”, orgulhosamente, traz a primeira representante feminina: Luciana Playmobile. A garota nasceu em São José dos Campos, cidade no interior paulista, e começou a produzir apenas como uma brincadeira, por influência de um de seus amigos, o também produtor Dheeni .

Já trabalhou com os MC’s Fundament (Toronto) e Wallace (Fluxo), além de ter participado da mixtape ‘Big Man on Campus‘ , do MC/Produtor canadense Muneshine. Por aqui, ela fala dos 10 discos que mais marcaram a sua vida. Acompanhe!

1) Fugees  -“The Score” (1996)

Fugees foi o primeiro grupo de rap que eu ouvi e comecei a gostar, de verdade. Ganhei esse álbum de um amigo, em meados de 99, 2000, e foi certeiro. A maioria das produções por conta do Wyclef, marcaram muito a minha adolescência, os primeiros rolês com os amigos. O cd rolava o dia inteiro em casa e até a minha mãe viciou.

Um dos maiores sucessos, “Ready or Not” é hit até hoje. Mas entre as minhas preferidas estão “Cowboys”, com a Rah Digga, “Fu-gee-la (Refugee Camp Remix) e Zealots, onde a Lauryn Hill simplesmente “destrói”, a levada dela é muito foda, desde o começo. Esse foi o meu “começo” no rap… não tem como esquecer.

2) Group Home – “Livin’ Proof’ (1995)

“See I make moves and tell what’s the truth
That’s why I’m here, to be livin proof”

Um álbum com “Living Proof”, “Supa Star” e “Up Against The Wall” praticamente dispensa comentários, né? Mas tratando-se de Group Home, todo comentário ainda é pouco. As letras são muito “rua” e passam um sentimento muito forte de luta, cotidiano e etc. Nos beats do Premier então, fica perfeito. Eu sou fã assumida do Premier, pra mim ele é o melhor produtor de todos os tempos. Tem o dom de usar os samples mais estranhos e transformar em clássicos. A levada dos MCs Lil’ Dap e Nutcracker casam perfeitamente com os instrumentais do Premo.

E os riscos então, nem se fala. Gosto muito desse estilo, refrão bem marcado com scratchs e colagens, marca registrada do Premier. E esse álbum, de 1995, é o que mais gosto deles, mesmo que nessa época eu ainda fosse uma criança e nem sonhasse com rap, ele tem muita, muita história pra mim.

3) Visionaries – “Pangea” (2004)

Mais um que ouvi milhares de vezes. O grupo é bom demais, uma mistura de varias etnias, com letras fortes, que incluem protestos políticos, apelos ambientais e sociais. Não tem como não destacar LMNO e o 2Mex, eles se sobressaem. Os riscos do Dj Rhettmatic são de cair o queixo.

Conheci esse álbum quando a “If you can’t say love” estava no auge do sucesso. A “Believe it” é outra que gruda na nossa mente (risos), mas não são as que eu mais gosto. Fiquei muito curiosa em conhecer mais deles, e ainda bem que conheci mesmo, porque no rolê não vai tocar “Pangea”, “V  peat”,”Momentum”, e a “Meeting of Mind” (e nem tem como), que se não me engano tem oito beats diferentes, um melhor que o outro. Gosto muito mesmo, e ouço até hoje.

4) El Da Sensei – “Relax, Relate, Release” (2002)

Primeiro, eu conheci o El da Sensei, e só depois o The Artifacts, antigo grupo dele com o Tame One. Gosto do estilo dele, e nesse álbum, eu piro logo em quatro sons que são clássicos pra mim: “Fall Back”, “Relax”, “So Easily” e a incrível “Whatyouwando”, com Asheru e J-Live. Nessa última ele se supera, aliás, os três arregaçam…e o beat é uma pedrada (risos).

5) Family Tree – “Tree House Rock” (2003)

Iomos Marad, Mr. Greenweedz, Rita J., Spotlite, Capital D. e Molemen são os integrantes de uma das bancas mais maneiras que já ouvi: a do Family Tree, de Chicago. Eles também fazem parte do selo “All Natural”, fundado pelo Capital D. Os beats de Spotlite e Molemen são impecáveis.

A Rita J. eu considero uma das melhores MCs de todos os tempos. Adoro as letras do Iomos Marad, sempre com mensagens positivas. No começo eu confesso que me deixava levar só pelos beats, me identifiquei quando ouvi a primeira vez, mas depois vi que eles eram bem mais que isso. Destaque para: “Spit it”, muuito pesada, “Blow The Spot” e “Virgo”, que também é muito da hora no remix do Dj Spinna.

playmobile

PC, MPC, SP e Playmobeats - por Mila Kodaira

6) Boom Bap Project – “Reprogram” (2005)

A maioria dos meus álbuns preferidos de rap foram lançados em 2005. Mas eu não os conheci no mesmo ano de lançamento, foram descobertas digamos que esporádicas. Um desses que é constante na minha playlist: “Reprogram”. A maioria das produções assinadas pelo Jake One, que pra mim é top. Só conheci Jake One no ano passado, e depois que soube que ele produziu esse álbum passei a gostar ainda mais.

Nem sei quais sons destacar de tantos que gosto…mas aí vai: “1,2,3,4”, “Get, get up”, “Wyle Out,” Cut Down Ya Options”, “Rock the Spot” (essa é muito Jake One mesmo, hehe) e a “Sho Shot”, com sample de “I Shot the Sheriff” do Bob Marley. Beat foda demais, impossível não se deixar levar! Ahhh, gosto de todas! (risos)

7) Lexicon – “Youth is Yours” (2003)

Pra quem me conhece e não me aguenta mais ouvindo esse álbum! Com certeza, é um dos meus “preferidos dos preferidos.” E sabe, pra mim quanto mais gosto, mais difícil é falar sobre. Eu gosto do Lexicon porque os acho muito originais. Adoro os beats do Dj C-Minus, são diferentes de tudo que já ouvi, não enjôo!

Bom, os irmãos Nick e Gideon misturam rap com “indie rock”, e têm nítidas influências de Beastie Boys e “hip hop old school.” Falam sobre relacionamentos na maioria das músicas, mas sem aquela coisa óbvia e super melosa que é muito comum desde sempre. É de um jeito engraçado, que eles abordam esses temas, num estilo único. Minhas preferidas: “Brokenhearted, a animadíssima “Rock” e “I’ll Be Alright.”

8) Rjd2 – “Dead Ringer” (2002)

Ele mistura samples de várias músicas diferentes, blues com funky, new era com jazz, isso quando não usa barulhinhos de jogos de video game, como aquelas aberturas das softhouses da Nintendo lá dos anos 90, tipo Konami, Capcom, Rareware…pra mim, esse cara é simplesmente um gênio! Além de ser Dj. Minhas preferidas desse álbum:”Ghostwriter”, Smoke and Mirrors, Take the Picture Off, que posteriormente foi gravada com Mos Def, Copywrite e Prefuse 73, num álbum de remixes.

9) Supastition – “Chain Letters” (2005)

Comecei a gostar de Supastition depois de ouvir o “Chain Letters”. Já tinha esse disco, e o ignorava (risos). Até que um belo dia resolvi ouvir. Comecei a curtir muito e, consequentemente a gostar de M-Phazes também, que produziu quase o álbum todo. Minhas preferidas são “Don’t Stop”, “Step it up” e “Nickeled Needles”(Phazes), muito bom mesmo.

Não curto Nicolay, mas tem um single que ele produziu e entrou nesse disco que eu tiro o chapéu: “The Willians”. Muito foda! Além da letra ser engraçada, o cara todo confuso, cheio de problemas pra resolver, não consegue ser ele mesmo…reclama no fim do som, pois não tem grana pra pagar o estúdio nem o beat (risos). Resumindo: Chain Letters é ótimo, ouço repetidas vezes.

jedi mind tricks

10) Jedi Mind Tricks – “A History of Violency” (2008)

Sem comentários, o melhor álbum de 2008 pra mim! JMT sempre se superando. E o que dizer então do Dj Stoupe? Quem mais usa samples latinos com tanta perfeição? Eu ia citar o “Violent by Design”, mas esse último disco pra mim é ainda mais foda, pois eles mostram que evoluem como muitos grupos não conseguem, mantendo sua ideologia, as letras polêmicas e agressivas sem se render ao “que vende mais”, e ao rumo que a mídia quer. “Trail of Lies” é demais mesmo, é a pura realidade em versos saindo de Vinnie Paz. Mas eu destaco: “Heavy Artillery” e “Godflesh”.

O King Magnetic rouba a cena nesse som, logo no começo mesmo. O flow dele encaixa perfeitamente no beat e quebra tuuuudo… e por aí vai!

*Conheça mais sobre a beatmaker Luciana Playmobile na entrevista feita pelo site Voz da Rua.

Mais: www.myspace.com/playmobeats1


“Não canso de ouvir” com Paulo Napoli

bc-one-napoli

Imagem Paulo Napoli - Divulgação

Agora é a vez do rapper Paulo Napoli participar do “Não canso de ouvir”. Nessa edição, as coisas serão um pouco diferentes: os CD’s escolhidos são lançamentos recentes, ou seja, você só vai encontrar sons “frescos” nesse top 10!

Aproveite para conhecer o que ainda não ouviu e saber se está atualizado em relação aos lançamentos. Ao final da lista de Paulo Napoli, você encontrará informações da festa oficial de lançamento da coletânea Raps de Verão volume 3!

Confira:

Rick Ross “Deeper than Rap”
O “chefão” Rick Ross volta com seu segundo álbum, chamado “Deeper than Rap”, em que ele fica pagando de Tony Montana do século 21. O papo materialista de trafica de cocaína num cola muito no caso dele, que apesar disso contou com uma produção legal e bem finalizada, além de participações como Kanye West, T-Pain, Jim Jones, Nas, Fat Joe e John Legend. O timbre de voz do Officer Ricky (que é ex-polícia) é muito bom, e a faixa com o Nas merece um ‘play’ altão. Só a tretinha dele com o 50Cent, que começou no som “Mafia Music” que não convence…

UGK “UGK 4 Life”
O grupo do Bun B ta com disco novo na praça, com participações de feras do Dirty South e artistas mais mainstream como o Akon. Pra quem não sabe, UGK é a sigla para Under Ground Kings, mas quem espera uma sonoridade Def Jux ou similar, esquece: os caras são do Texas e a parada é “dirty south” do bom!

Sen Dog “Mad Dog”
O quase coadjuvante Sen Dog lança seu disco solo no momento mais chato do Cypress Hill e consegue agradar fãs das antigas e também a molecada mais nova que curte um som mais “porrada”. Mistura eletrônico, rock e música latina e rima mais do que em qualquer disco do Cypress. Vale um download! Destaque para “Flumble” que é pura porrada!

B-Real “Smoke’n’Mirrors”
Um dos vocais mais originais da história do rap, B-Real fez como seu colega de grupo Sen Dog e também lançou seu trampo solo esse ano. “Smoke’n’Mirrors” num tem uma cara muito definida: vai do rap latino ao rap de Nova York, tem participação Buckshot do BlackMoon mas ainda assim, não ganha um 10. Vale para quem é colecionador ou entusiasta da cena chicana.

Mike Jones “The Voice”
Mike Jones, o cara que mais repete o próprio nome nos seus raps aparece em 2009 com mais um disco engraçado. Dessa vez parece que rolou até um investimento maior, que aparece no clipe de uma das faixas, “Next to You” que tem uma pegadinha meio melosa. O mais legal desse disco pra mim é a faixa “Boi”, que é mais uma faixa na onda do “A Milli” do Lil Wayne, que de tão minimalista, chega beirar o chato, de tão legal que soa nos primeiros minutos…

Imagem Lil Wayne - Divulgação

Imagem Lil Wayne - Divulgação

Lil Wayne “Hottest Nigga Under The Sun”
Essa mixtape é uma prévia do disco “de rock” do Lil Wayne, e tem umas pérolas bacanas como “My Name Is” em cima de um som do Santogold e também “New Orleand Maniac”, além da já manjada “Prom Queen” cujo clipe ta nos canais de música da TV.

C-Rayz Walz “Freerayzwalz.com”
Um dos membros mais legais dos “def jucas”, C-Rayz traz seu flow de rua em mais uma compilação de raps seus. “Staques” ta tocando altão no meu carro já tem uns 2 meses!

Superstar Jay x Busta Rhymes “Respect My Conglomerate”
O cara tem quase 40 anos e continua detonando seus raps com um flow cada vez mais monstro. Pra quem achava que Arab Money já era foda,recomendo passar mal com as mais de 30 faixas que tem nessa mixtape, que além de outras coisas, adianta o que vem pela frente no próximo disco do Busta, “Back On My B.S.”. Vale a pena!

Imagem Asher Roth - Divulgação

Imagem Asher Roth - Divulgação

Asher Roth “Asleep In The Bread Aisle”
Eu escrevi recentemente sobre ele no meu blog, taxando o cara como mero rap adolescente. Mas eu me precipitei, porque o moleque parece ser realemente bom. Pelo menos é o que ele prova  no seu disco de estréia “Asleep In The Bread Aisle”, do qual eu destaco o som “Be By Myself”, com o CeeLo (ex-Goodie Mob e Gnarls Barkley). Quem olha pra cara de nerd do moleque não bota fé, mas ele bom!!!

Chris Cornell “Scream”
Um vocalista de rock cantando rap? Porque não? Em tempos em que um monte de rapper metido a besta quer fazer graça pagando de rockstar e sampleando riffs de guitarra, o ex-vocalista do lendário Soundgarden volta a tona com beats do Timbaland e participações de peso do mundo do rap. Vale um confere o tal do “Scream”, o disco “quase” de rap de um dos melhores vocalistas da cena grunge dos anos 90.

imagemfesta

Festa de lançamento Raps de Verão Vol.3
Nesta quinta-feira (07), rola o lançamento da mixtape Raps de Verão volume 3, apresentada pelo rapper Paulo Napoli. A festa, organizada por Elza Cohen e ASDUAS Produções, acontece no Tapas Club.

A noite conta com as discotecagem do DJ Komodo no lounge do club, e reserva na pista as discotecagens dos DJs Cris Efx, Jimmy Luv, Kiko e Mr. Venom, alternadas com participações ao vivo de artistas da mixtape.

Além do idealizador Napoli, a noite ainda recebe outros representantes de peso da cena rap alternativa como Um Degrau, Squat, Estilo da Crítica, MC Tiu, M.Sário, Jimmy Luv, Jamés Ventura & Ogi.

Serviço:
Lançamento Raps de Verão no Tapas Club
Dia: 07 de maio (quinta-feira)
Hora: A partir das 23h30
Ingresso:  R$ 15 e R$ 10 (nomes na lista –  elza.cohen@gmail.com)
R. Augusta, 1.246 – Consolação – Centro
Tel: 2574-1444
Aceita os cartões Diners, MasterCard, Visa

Os 50 primeiros pagantes ainda levam uma cópia limitada da mixtape.

Acesse: www.myspace.com/rapsdeverao

____________

Entrevista

Rapevolusom entrevista Walla C, do Fluxo
O rapper Walla C integrante do Fluxo, acaba de lançar o seu novo single “Fábula dos Gigantes”. O single foi produzido pela linda e talentosa Lu Playmobile e, segundo o próprio rapper, a música estará no próximo trabalho do Fluxo.

A Rapevolusom fez um corre e conseguiu falar com ele. Confira o que Walla C tem a dizer sobre o single e próximo disco do Fluxo (…)

(continue a ler no Rapevolusom)


“Não canso de ouvir” com Diamantee + Quarteirão

Diamantee é o segundo convidado da "Não canso de ouvir"

O Beatmaker Diamantee (Arquivo)

O Per Raps orgulhosamente apresenta a segunda edição da seção “Não canso de ouvir”, iniciada pelo Mascote, do Contra Fluxo, onde personalidades do hip hop fazem uma lista com os dez discos de rap mais importantes na vida e na trajetória de cada um. Dessa vez, o convidado é o beatmaker Diamantee, que fez uma lista predominantemente de discos lançados no meio dos anos 90. Só pedra, confere aí:

1. Wu-Tang Clan – Wu-Tang Forever (1997)
Músicas clássicas:
Reunited; It’s Yourz; Triumph

 

Quando saiu esse disco, em 1997, eu tinha 14 anos e andava de skate em um pico aqui perto de casa (na Lopel). Eu tinha um walkman e não tirava essa fita, toda vez que algum amigo me encontrava eu estava ouvindo. Esse é, na minha opinião, um dos trabalhos mais perfeitos feitos no rap.

2. House of Pain – House of Pain (1992)
Músicas clássicas:
Jump Around

 

Essa foi umas das primeiras músicas que eu ouvi. Na época eu só curtia hardcore, não era muito ligado ao rap, mas lembro que estávamos em casa, eu e uns camaradas, vendo uns clipes, e quando eu ouvi “Jump Around” pela primeira vez eu quis sair pulando e cantando. Aí que o rap começou a mudar minha vida.

3. Black Star  – Mos Def & Talib Kweli are Black Star (1998)
Músicas clássicas:
Definition; Re:DEFinition; Brown Skin Lady; Respiration

Na época que eu ouvi o Black Star pela primeira vez eu estava respirando skate, andava 24 horas por dia. E esse disco pra mim era puro skate, colocava ele no walkman e morria de vontade de andar. Sem palavras,obra prima.

4. Busta Rhymes – Coming (1996)
Músicas clássicas:
It´s a Party

 

Eu fui com o Flávio, um amigo meu, até o centro, comprar um boot porque o meu já estava destruído. Colamos em uma loja de CD´s , na Florida, e havia acabado de chegar esse CD lá. Lembro que na época o dólar era um pra um e o cd era 25 reais. Eu já tinha comprado o tênis, então ele olhou pra mim e perguntou: “Mano, esse CD é foda, sobrou alguma coisa da grana do tênis?” E havia sobrado 25 reais certinhos, aí ele comprou o CD e depois nem lembro se ele me pagou (risos). Lembro que era uma fitinha que eu ouvia muito também.

5. A Tribe Called Quest – Midnight Marauders (1993)

 ATCQ_Mid Mar
Músicas clássicas:
Electric Relaxation; Oh My God

 

Me lembro que não conhecia quase nada de rap e aí os moleques haviam gravado um clipe no Insônia MTV, programa clássico que só passava os melhores clipes. Eles chegaram em casa e me mostraram, era “Electric Relaxation”. Esse clipe tinha o clima do skate, me lembra tipo um dia nublado sem chuva, porque eu pirava nas fitas de skate gringas e na maioria havia cenas em dias cinzas,  em Nova Iorque. Me lembro bem da Zoo York, o melhor vídeo de skate que já vi na vida, rappers rimando e os manos andando demais. Da vontade de chorar (risos)…

6. Mobb Deep – Hell on Earth (1996)
Músicas clássicas:
Hell on Earth ( Front Lines ); G.O.D. Pt. III; Man Down

 

Esse álbum é simplesmente foda. Eu me lembro que fiquei fissurado em M-o-b-b e nessa época aqui em São Paulo nêgo gostava de perguntar o que você estava ouvindo, um ficava disputando com o outro quantos grupos conhecia, era engraçado. Foi bem na época do Napster, dos primeiros programas de mp3 que disponibilizavam músicas de graça e a galera passava a noite inteira baixando disco e procurando coisas novas. E quando me perguntavam o que eu estava ouvindo, sempre dizia “Boot Camp Click, Mobb Deep e Nas”.

7. Nas – It Was Written (1996)
Músicas clássicas:
The Message; Street Dreams; If I Ruled the World (Imagine That)

 

Quando ouvi pela primeira vez “The Message”, descobri que amava o rap. Existem muitos rappers bons, muitas músicas boas, mas só existe um Nas. Para mim é o melhor.

8. Method Man – Tical (1994)
Músicas clássicas:
All I Need;  Bring the Pain

 

Depois de fazer a música M.E.T.H.O.D. Man para o cd do Wu-Tang, “Enter the Wu-Tang”, ele me lança esse clássico. Esse disco é um daqueles que podem se passar 100 anos você não enjôa, muito foda.

9. Black Moon – Enta da Stage (1993)
Músicas clássicas:
I Got Cha Opin

 

Meu primeiro contato com parte intregrante da Boot Camp Clik. Conheci esse som por uma fita de skate que não lembro o nome mas marcou, lembro de ter ouvido muito esse som em uma festa clássica, a “Class”.

10. Jay-Z – Black Album (2003)


Músicas clássicas:
Encore; Dirt Off Your Shoulder; 99 Problems; Lucifer; What More Can I Say

Esse disco foi me deu outra visão, abriu meus olhos para outros produtores que eu não escutava, nem queria saber ou não conhecia, tipo Kanye West e Timbaland. Esse último principalmente porque eu tinha um certo preconceito com o estilo dele, mas quando eu ouvi a faixa que ele fez para o Jay-Z virei fã numero 1. Mudei minha visão de produção e esse disco mudou minha vida.

________________

Festa

quarteiroabril02email

Nesta quarta-feira, 8/4, a festa Quarteirão, em edição especial, recebe os Dj’s jurados do DMC Brasil (só moooonstro!!!): Dj Bizznizz, Dj Pogo, Dj Cutmaster Swift e Dj Shortkut. Para quem ainda não ficou sabendo,  os vencedores do DMC Team, realizado no último sábado (4), foram os Dj’s do Clã Leste.

O Per Raps dá os parabéns a melhor crew de Dj’s do Brasil e deseja sorte na edição mundial do campeonato!

Serviço
Festa Quarteirão: Dia 8 de abril na Jive Club.
Al. Barros, 376. Higienópolis – Sao Paulo – SP
Informações: 3663-2684 ou http://www.jiveclub.com.br/

“Não canso de ouvir” com Mascote (Contra Fluxo) / Fim da Per Raps Promo

Mascote, do Contra Fluxo, abre a seção "Não canso de ouvir"

Mascote (Contra Fluxo) abre a seção "Não canso de ouvir" (Arquivo)

A partir deste momento, o Per Raps abre uma nova seção: a “Não canso de ouvir”, onde personalidades da cultura hip hop irão eleger e comentar dez discos de rap que foram e são importantes nas suas vidas e formações musicais.

Para começar a brincadeira, o ilustre idealizador dessa seção, o MC Mascote, do Contra Fluxo. Em pouco menos de um dia, ele nos mandou a idéia, a lista, e já está tudo ai no ar. Fica a dica pra quem acompanha o Per Raps, nós estamos totalmente abertos a idéias e sugestões.

Não canso de ouvir: Lista do Mascote (Contra Fluxo)

1. Nas – Illmatic (1994)
Só pelo fato de ter The World is Yours e N.Y State of Mind, já vale.

2. Pharcyde – Labcabincalifornia (1995)
Esse álbum tem Runnin´, um dos maiores clássicos da história.

3. A Tribe Called Quest – The Love Movement (1998)
Passei uns três anos escutando praticamente todo dia.

4. Asheru & Blue Black (Unspoken Heard) – Soon Come (2000)
Mais um que eu ouvi até furar…

5. Akrobatik – Balance (2003)
Remind my Soul, tio, não falo mais nada.

6. Little Brother – The Listening (2003)
9th Wonder para o mundo.

album-the-listening
7. Jay-Z – The Black Album (2003)
Depois de assistir Fade to Black mudei totalmente meus conceitos sobre o disco e sobre ele.

8. Supastition – Chain Letters (2005)
O álbum que me fez conhecer um pouco mais de um dos melhores produtores na minha opinião: Illmind.

9. Sean Price – Monkey Barz (2005)
Sean “P”!!! Boom Bye Yeah é um hino pra mim!

10. Reks – Grey Hairs (2008)


É o disco que, desde quando saiu, não abandonou meus playlists. Destaque para Day 2 e All In One.

PS: Os discos estão em ordem cronológica. (Não é uma regra)

_______________________

Fim da Per Raps Promo

_mg_6004

Rashid, Marcelo, Projota e Emicida "Na Humilde" (Ênio César)

E chega ao fim a promoção de uma camiseta da “Na Humilde Crew”, que teve início no Per Raps no último dia 14. A participação ficou um pouco aquém do que esperávamos, já que não é todo dia que surge uma oportunidade tão fácil de colocar mais uma ‘peita’ dentro do armário. Mesmo assim, essa será a primeira de muitas, e caso alguém tenha idéias diferentes sobre como podem funcionar as promoções, elas também serão bem vindas.

Ao todo, foram 16 comentários. Isso significa que, se você participou, suas chances são grandes. Para definir o vencedor, serão contabilizados cinco votos: os dos quatro integrantes da foto (RashidMarcelo, Projota e Emicida) e mais um voto da equipe do Per Raps. O resultado final será divulgado na próxima segunda-feira, 30 de março. Boa sorte aos que participaram e até a próxima promoção!

___________________________

Festa

jazzitup-emicida

Aproveitando o embalo, Emicida irá participar nesta terça-feira da já tradicional festa Jazz it Up!, no Studio SP. 

Jazz It Up! no Studio SP
Rua Augusta, 591 – Centro
Otis Trio 4 & E.M.I.C.I.D.A.
Discotecagem com Djs Mako e PG