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clipe

Tradução: Fuck you, de Cee Lo Green

cee-lo green

“Dor de cotovelo musical” – por Carol Patrocinio

Inspirados pelo teaser do clipe do novo som do Cee Lo Green, resolvemos colocar aqui a letra da música traduzida, assim como o Boombap-Rap, do Felipe Schmidt, faz com magestria. Sabe o que você deve dizer a uma garota quando ela não se interessa por você, mas pela sua grana?

Eu te vejo dirigindo pela cidade
Com a garota eu amo e eu tipo,
Foda-se!
Ooo, ooo, oooo
Eu acho que a grana no meu bolso
Não era suficiente e eu tipo,
Foda-se!
e foda-se ela também

Eu disse,
“se eu fosse mais rico, eu ainda estaria contigo”
Rááá, isso não é uma merda?
(não é uma merda?)
E apesar dessa dor no meu peito
Eu continuo te desejando o melhor com um
Foda-se!
Ooo, ooo, oooo

Yeah, me desculpe, eu não posso bancar uma Ferrari,
Mas isso não quer dizer que eu não te faça chegar lá.
Eu acho que ele é um xbox e eu sou tipo um atari,
Mas o jeito que você joga não é justo.

Eu banquei o babaca
Que se apaixonou por você
(ah merda ela é uma golpista)
Bom
(apenas achei que você devia saber mano)
Ooooooh
Eu tenho novidades pra você
Yeah, vá correndo contar ao seu namorado

Eu te vejo dirigindo pela cidade
Com a garota eu amo e eu tipo,
Foda-se!
Ooo, ooo, oooo
Eu acho que a grana no meu bolso
Não era suficiente e eu tipo,
Foda-se!
e foda-se ela também

Agora eu sei que me endividar
Implorar e roubar e mentir e trair
Tentando ficar com você, tentando te agradar
Porque estar apaixonado por você não é barato

Eu banquei o babaca
Que se apaixonou por você
(ah merda ela é uma golpista)
Bom
(apenas achei que você devia saber mano)
Ooooooh
Eu tenho novidades pra você
Ooh, eu realmente te odeio agora

Eu te vejo dirigindo pela cidade
Com a garota eu amo e eu tipo,
Foda-se!
Ooo, ooo, oooo
Eu acho que a grana no meu bolso
Não era suficiente e eu tipo,
Foda-se!
e foda-se ela também

Então baby, baby, baby,
Por que você quis me machucar tanto?
(tanto, tanto, tanto)
Eu tentei conversar com a minha mãe mas ela me disse
“isso é com seu pai”
(seu pai, seu pai, seu pai)
Uh! Por queêêêê? Uh! Por queêêêê? Uh!
Por queêêêê menina?
Oh!
Eu te amo!
Eu ainda te amo
Oooh!

Eu te vejo dirigindo pela cidade
Com a garota eu amo e eu tipo,
Foda-se!
Ooo, ooo, oooo
Eu acho que a grana no meu bolso
Não era suficiente e eu tipo,
Foda-se!
e foda-se ela também

Todo mundo diz foda-se, mas esse foi o ‘fuck you’ mais classudo dos últimos tempos, não foi?

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Obama aparece em video de rap

“Uh Tererê” – por Carol Patrocinio

Pra começar, quem disser que nunca dançou – ou pelo menos bateu o pé – ouvindo a música “Whoomp There It Is” (mais conhecida no Brasil como “Uh Tererê“), do Tag Team, está mentindo. Não tem como ignorar que essa música, feita num dos momentos do rap que eu, particularmente, mais acho divertido, tem algo que te obriga a se mexer. E pra que ninguém se sinta mal, sabe quem mais também dançou ao som desse som?

O-BA-MA. Oh yeah, Obaminha, presidente dos EUA e nosso querido representante negro no poder da maior potência econômica. Além de ser mega poderoso, o cara agora foi visto no clipe da música que balançou milhares de “big buts” ao redor do mundo. Tudo bem que nada foi confirmado, a assessoria de imprensa não disse se é realmente ele, mas… Olha essa foto!

Obama

Se não é Obama, é Will Smith disfarçado!

O mais bacana de tudo isso é ver que um cara que hoje tem o poder da nação mais poderosa do mundo também curte rap e qualquer dia pode colar no mesmo rolê que você. Ah, vai falar se você não dançava até o chão no melhor estilo anos 90, com calça larga e brilhante e tudo?!

 A gente queria colocar o vídeo do TViG, que foi nossa fonte, mas não rolou embedar…

Então, vamos lá, todo mundo, pela democracia: “Uh Tererê!”. “Yes, we can” é tão ‘last week’…

*Hora de relaxar, o blog anda tenso demais nas últimas semanas. Todo mundo respirando aí?


Carnaval #fail

Nem todo mundo tem o prefeito que merece – por D. Cunha

Pouco tempo depois de divulgarmos e falarmos um pouco sobre o rap mineiro e seus representantes, um conterrâneo desse pessoal que, certamente, não conhece nenhum dos artistas comentados aqui no Per Raps, nos agracia com a notícia mais bizarra desse Carnaval. O prefeito da cidade mineira de São Lourenço, Zé Neto – um homem culto, que chega a fazer frente com Gilberto Kassab quando o assunto é bom senso -, simplesmente proibiu os foliões da cidade de ouvirem rap e funk durante o feriado. Quem for pego ouvindo um desses estilos musicais terá que desligar o som ou pode parar na delegacia por crime de desobediência.

Qual a explicação do prefeito? Não interessa (mas se interessar, você pode ver a notícia na íntegra aqui). Ele até tem uma, mas pouparei nossos leitores de tamanha asneira. O objetivo deste post, não é, como já foram alguns em nossa história, o de fazer uma grande reflexão sobre o assunto. A atitude de tal prefeito não merece reflexão. Ou melhor, merece sim, dos moradores da cidade que ele governa, que carregam boa parte de responsabilidade por votarem em um sujeito com ideias primitivas como essa a de dizer o que a população pode escutar ou não.

Em homenagem ao nosso novo amigo, o prefeito José Neto, vamos postar aqui alguns clipes que mostram como a mistura de rap com samba é sadia. E aí prefeito, dá uma olhada no sorriso do pessoal. Parece que alguém ta incitando a violência? Pois é, é o rap. Vacilão!!!

Rappin Hood fala sobre a mistura de samba com rap

Casa di Caboclo – O Tempo


Kamau lança videoclipe da música “Só”

Kamau lança seu primeiro videoclipe (Por Luciana Faria)“Minha culpa, meu mérito”

Realmente o rap tem mostrado que se não dá pra vencer no tempo normal de jogo, manda os onze pra área que a chance de gol é grande. Enquanto uns já pensam em férias (e incluam o Per Raps nessa!), outros ainda estão trabalhando.

Não bastasse os videos de DBS e a Quadrilha, Relatos da Invasão, Pentágono, Emicida, Slim Rimografia, MV Bill e Casa di Caboclo, quem chega agora é Kamau. Em um clipe que traduz muito a letra do som escolhido, “Só”, o MC é o único que dá as caras, conduzindo seu caminho.

Em versão “revisitada” com beat produzido por Nave, o clipe exalta ainda mais o trabalho realizado em “Non Ducor Duco” e fecha bem 2009. Na direção, Fred Ouro Preto, o mesmo responsável por “Triunfo”, de Emicida, que fez barulho e dispensa comentários.

Para ler mais a respeito do clipe, acesse a matéria do site NOIZ.
Leia também sobre os lançamentos de Kamau no blog Boombap-Rap.
Quer ouvir o som novo (“21/12”) de Kamau, produzido por Renan Samam e scratches do Dj Erick Jay? Clique aqui.

Artista: Kamau
Música: Só (Remix)/ Produzido por Nave (CWB)
Direção e Câmera: Fred Ouro Preto
Fotografia e Câmera: Carina Zaratin


Grafite vivo e rimas frescas!

Na última semana, um video que misturava grafite e stop-motion* fez sucesso pela internet. O responsável por ele é o artista das ruas de Bolonha (Itália): Blu. Ele fez uma parceria com outro artista, David Ellis pra criar essa animação em video que você pode conferir acima.

Intitulado “Combo”, o trabalho dá vida ao grafite, que parece saltar do muro desafiando a percepção que temos de arte. Pra você ter uma noção, os caras criaram isso tudo em apenas 10 dias!

O video foi produzido para o FAME Festival, realizado na Itália. Blu é conhecido por quebrar as barreiras da técnica e da própria imaginação, e desta vez ele prova que realmente não tem limites.

*Técnica de animação.

video-combo-by-blu-and-david-ellis
Mais em:
http://www.blublu.org
http://www.daivdellis.org

*Produzido pelo Studio Cromie.
____________

Rhymesayers

Agora falando de música, o Per Raps destaca o som “The Freshest Kids”, uma parceria das feras da Rhymesayers: Brother Ali, Evidence e Toki Wright. Esse som mostra o que esses caras prometem para a Fresh Air Tour, que começará em breve. A produção da faixa é de responsa de Brother Ali e BK-One. Ah, se desse pra trazer esse time pro Indie Hip Hop 09, hein?

Curtiu o som e quer baixar? Cola no link do Rhymesayers.


O amadurecimento de MV Bill

Foto retirada do Facebook de MV Bill

Foto retirada do Facebook de MV Bill

“Encontrei minha salvação na cultura Hip-Hop” – por Carol Patrocinio

Mensageiro da Verdade Bill, o cara que, em 1999, chegou ao Free Jazz Festival com uma arma na cintura e chocou o país levando a voz do morro, o canto dos excluídos e toda a revolta que só uma vida de dificuldades e obstáculos pode criar, mudou muito em todos esses anos de carreira.

A relação com a mídia se formou e foi estabilizada num respeito recíproco, Bill sabe como lidar com a imprensa e passar sua mensagem – “Saber circular por vários meios e não deixar de ser eu mesmo. Eu posso ampliar meu ângulo de amizades e meu quadro de comunicação”. É um homem inteligente, experiente e, hoje, comedido; sabe que pensar antes de falar é a garantia de não ser mal interpretado.

Pela primeira vez escreveu o roteiro e dirigiu um clipe, que rendeu a indicação ao prêmio VMB na categoria Rap. Mas para o “Soldado do Morro” o prêmio não é importante apenas para a carreira de quem foi indicado e sim para todo o rap nacional, que volta a ter abertura na televisão em âmbito nacional: “A MTV começa a voltar a ter uma relação estreita com o rap nacional, porque há três anos eles não colocam a categoria de melhor rap dentro do VMB. Então, essa volta, e poder estar presente dentro dela faz a minha felicidade completa”, comenta.

Entre projetos sociais, shows, apoio a campanhas e a vida corrida no Rio de Janeiro, MV Bill falou com a gente por telefone – papo que no fim da série VMB você vai poder conferir o áudio na íntegra – e comentou o rap, sua indicação, a mídia e muito mais. Dá uma olhada nos melhores momentos do papo.

Per Raps: Qual a importância da internet para o hip hop?
MV Bill: A internet pra mim é sem dúvida fundamental para a expansão do hip hop, o hip hop brasileiro que não tem compromisso com gravadora, é verdadeiro e fala com o coração. Pra esse hip hop a internet é um caminho alternativo sensacional, sem ela acho que muitos não viveriam. Eu tenho certeza de que grande parte do que aconteceu comigo até o dia de hoje, se não fosse a internet, o caminho teria sido completamente diferente. Viva a internet, viva a democracia!

Per Raps: Você gravou um dvd com o acompanhamento de uma banda. O que você acha quando as pessoas dizem que o rap deve ser “puro”?
MV Bill: Quem acha que o rap deve ser puro deve ser provavelmente um ignorante, não deve conhecer a história do hip hop. O hip hop nasce de uma mistura e ele só se mantém vanguardista e vivo até hoje porque ele continua se misturando e a mistura vai sendo uma renovação. É uma ignorância quando as pessoas acham que o rap tem que ser puro, é burrice, falta de cultura. Acho que o rap pode se misturar ao rock, ao samba, ao baião, ao dance, a outros ritmos, ao funk 70, ao funk atual e nunca deixar de ser rap.

Per Raps: Qual a sua relação com o rap pop?
MV Bill: Eu não costumo classificar por categoria os músicos de rap, como o rap é música ele acaba sendo também entretenimento, não obrigando as pessoas a embutirem mensagem politizadas em suas músicas. Ele serve mais as pessoas das camadas mais pobres, mas acho que não é uma regra.

Per Raps: Você acha que houve uma evolução no espaço do rap ou houve uma estagnação?
MV Bill: O que falta ainda é um programa a nível nacional, mas isso não quer dizer que há uma estagnação no hip hop nacional. Eu, por exemplo, viajo pelo Brasil inteiro, to tocando em tudo quanto é lugar. Acho que o que está faltando é as pessoas produzirem músicas com mais qualidade, buscarem caminhos próprios, não só musicais, mas também intelectuais, desenvolver as visões, não reproduzir o pensamento já existente numa música, os compositores precisam ler mais, descobrir novas palavras, descobrir novas formas de falar de problemas que não mudam, mas falar de forma diferente. Acho que isso vai trazer mais diversidade para o hip hop brasileiro.A gente tem um número de pessoas muito afim de ouvir, mas nossas mensagens não estão sendo passadas para as pessoas com um pacote de qualidade.

Per Raps: Muita gente fala sobre o rapper de sucesso como alguém que se vendeu, qual a sua posição em relação a isso?
MV Bill: Esse é um pensamento ultrapassado. O hip hop evoluiu e as pessoas que não evoluiram junto com ele ficaram pra trás. Se ir falar pra um número maior de pessoas significa uma traição, eu to dentro desse quadro de traição.

Per Raps: O que mudou no Bill que se apresentou no Free Jazz em 99 e que hoje faz parte de projetos sociais?
MV Bill: Acho que o amadurecimento. Amadurecer, ser reconhecido e ter minha voz amplificada me fez modificar alguns pensamentos, ter atitudes diferentes. Antigamente eu tinha as portas trancadas, agora eu tenho portas abertas, então a postura acaba sendo outra.

Per Raps: Quem você acha que deveria ter sido indicado e não foi?
MV Bill: Acho que todo mundo que tá lá já tá ótimo. Eu to feliz por mim e acredito que os outros indicados estejam também felizes por si. Quem não foi [indicado] não tem que sofrer, acho que quando a MTV trás a categoria de rap de volta, acho que não é uma vitória pra mim, pro Bill, é uma vitória do coletivo. Acho que ela volta a ter uma relação estreita com o rap nacional e isso é bom pra todo mundo. E cabe ao próprio hip hop começar a fazer clipes de boa qualidade, música bacana, bem produzido, acho que isso vai fazer com que os espaços sejam ocupados.

Per Raps: Quem são os caras mais legais pra se ouvir hoje?
MV Bill: Tem vários caras legais, eu destacaria por exemplo um rapaz lá do Rio Grande do Sul, chamado Rafuagi, que é muito bom. Aqui no Rio tem outro chamado Rom3u R3, que tá começando e é bem legal. Tem minha irmã, Kmilla, que vai ser foda, que é uma grande promessa no hip hop. Tem vários rolando por aí.

Quer votar no MV Bill? Vai lá!

Essa semana ainda rola entrevista com todos os indicados ao prêmio – leu o papo com o Kamau? -, numa parceria do Per Raps com o iG Street. Não perca!

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Para ver

O rapero, como Bill prefere ser chamado, participa do festival Back2Black neste fim de semana no Rio de Janeiro. O evento tem o objetivo de relembrar a África como berço da civilização e celebrar o continente como polo de discussão política e difusor de cultura.

Serviço
Quando? 28, 29 e 30 de agosto, a partir das 20h
Onde? Estação da Leopoldina – RJ
Quanto? R$ 60 e R$ 80,


Pega leve, De Leve (?)

O MC De leve se apresentou ontem (22/01) na Campus Party e acabou saindo do palco vaiado. O motivo? Um dos jovens que assistia o show se sentiu “ofendido” com o conteúdo da letra “Mexico”. Provavelmente, esse garoto, conhecido como Virbickas, não conhece nada do trabalho do rapper, que é marcado por letras irônicas e sarcásticas.

No vídeo gravado no show e que mostra a discussão, De Leve é interrompido com a insatisfação do garoto. A platéia, que era formada por jovens blogueiros e interessados em internet, passou a engrossar o coro de vaias. O MC parou o som que fazia com a banda Leme (seu projeto paralelo) e começou a conversar com o garoto insatisfeito.

Por fim, a banda Leme saiu do palco e todos aplaudiram o término do show. Em um primeiro momento, parece um grande mal entendido, já que poucos ali pareciam conhecer o trabalho de De Leve. A organização do evento ainda não se pronunciou sobre essa questão.

Uma observação importante a se fazer foi a da jornalista e blogueira Flávia Durante: “O irônico é que o De Leve foi um dos primeiros artistas brasileiros a usar a internet de uma forma bacana, distribuindo mp3 gratuitamente (arranjando treta com sua gravadora na época) e utilizando o Creative Commons. Todo mundo tinha um mp3zinho do saudoso Quinto Andar em seu HD, era uma verdadeira febre no Soulseek. ” Faltou ai usar a tecnologia pro bem, talvez pesquisando quem é o De Leve (e assim conhecendo seu humor e engajamento com as questões da internet) antes de criticar. Pra que serve ferramenta de busca no notebook ou no iPhone?

O ocorrido gerou diversas reações pela blogosfera, em sua maioria favoráveis ao MC carioca. Quem saiu prejudicado nessa história foi a parcela do público que desejava ouvir o som da banda Leme. Alguns chegaram até a questionar se os nerds não têm senso de humor. Um outro comentário interessante foi do blog Em Busca da Palavra Justa, de Rodrigo Savazoni: “Toda tentativa radical de cerceamento à liberdade de expressão é, em resumo, um atentado à sociedade e à inteligência”.

Em suma, houve uma falha da organização por contratar uma banda que o público não aprecia. Assim como também houve um grande desrespeito por parte do público por vaiar uma banda que foi contratada para tocar. Não gostou do som? Ligue seu mp3 player ou reclame para a organização. E que não venham dizer que não gostam de rap, já que o nerdcore, feito por geeks e nerds, é extremamente apreciado por muita gente. Talvez se trouxessem o MC Frontalot teriam obtido mais sucesso!

Ps.: O De Leve disse o que achou disso tudo no blog dele: “…tá tranquilo, tem nada não, essas coisas acontecem.” Leia o post completo no blog Dicamelim.

Para quem não conhece, acompanhe a letra “ofensiva”:

Mexico, De Leve

Mulé, cê quer um papo cabeça liga pro Pedro Bial
não me formei na PUC, fugi da federal
não quero falar sobre física quântica
filosofia, democracia, poesia romântica
nada de kant ou schoppenhauer
nao quer que cante, paga um chopp e dá 1 real aí
não leio jornal há dois anos e nçao assino a veja
mas posso fingir que sei se cê pagar uma cerveja
não li o último do Paulo Coelho
nem a biografia do roberto marinho
mas com certeza não vão mostrar
todas as verdades que nem fizeram com o Maurício MArinho
tô legal de nexo eu gosto de sexo
consciente ou inconsciente eu continuo perplexo
sem poder fazer nada e sem ganhar um por fora
então esquece todos seus problemas agora e

Mexe o cu, Mexe o cu, Mexe o culote!
e as gatinhas…
Mexe o cu, Mexe o cu, Mexe o culote!

Mulé esquece mensalão, esquece seu salão
esquece meu dinheiro e não o seu cartão
sabe que eu tô durão e que o que eu ganho no mês
só dura uma semana então porisso sou seu freguês
mulé, pra que escova progressiva
quando é mais barato alisa-la com saliva?
não, não precisa ficar agressiva
eu te amo feia assim mesmo, você é minha diva
mas eu preciso de um novo sapato
o último que eu comprei era o mais barato
não dá pra ficar de chinelo fingindo humildade
mamãe disse que eu já passei da idade, então…

Mexe o cu, Mexe o cu, Mexe o culote!
criançada…
Mexe o cu, Mexe o cu, Mexe o culote!

Mulé, cê não tá gorda, é mentira do espelho
cê num tem essa celulite que aparece no joelho
cê não tem estria, tá linda
agora come a feijoada porque ela não tá fria ainda
não comrpa renew nem anti-ruga
cê tá no Brasil não dá pra fazer sua fuga
pra terras européias com mulheres menos véias
cês trocam de produtos mas não trocam suas idéias
outras trocam idéias demais, querem intelectuais
não o Zeca Camargo, mas
cuidado pra não se decepcionar por demais
e depois que provar ver que o gosto era amargo
cê tem direito de comer dobradinha,
figo e mocotó amigo até inchar seu umbigo
pode acreditar no que eu digo
quem gosta de osso é cachorro eu nem ligo, e…

Mexe o cu, Mexe o cu, Mexe o culote!
e as gatinhas…
Mexe o cu, Mexe o cu, Mexe o culote!