Blog de informações sobre hip hop, rap brasileiro e cultura de rua

Posts com tag “808’s & Heartbreak

Divulgação de Pesquisas

Para o mercado de vendas e até para as faculdades de comunicação, as pesquisas são extremamente importantes. A pesquisa mostra o gosto do público, aponta tendências e uma série de outros fatores que, se levados em consideração, poderão dizer muita coisa. Em vista disso, publicamos o resultado de 3 das 4 pesquisas que o Per Raps realizou ao longo de 2008. Analise os dados com calma e tome suas conclusões a respeito.

Dj EQ ao fundo e Talib Kweli mostrando os sons de Eardrum

Dj EQ ao fundo e Talib Kweli mostrando os sons de Eardrum

O que você achou do Indie Hip Hop 2008?
Muito bom: 63%
Chega logo, Indie 2009!: 20%
Já fui em edições mais empolgantes: 14%
Normal : 13%
Bom : 0%

md2_cover

Gostou da Arte do Barulho, o novo CD de Marcelo D2?
Já ouvi trabalhos melhores do D2 : 40%
Sim: 33%
Só salva a produção: 15%
Não: 8%
As rimas são as mesmas: 5%

Kanye West no palco de sua super produção, "Glow in The Dark"

Kanye West no palco de sua super produção, "Glow in The Dark"

Gostou de 808’s & The Heartbreak?
Kanye fugiu da sua essência: 55%
Sim: 29%
Nem vou ouvir!: 7%
Não: 5%
Tanto faz: 4%


Mais 808s!

O aguardado álbum 808s & Heartbreak, de Kanye West

O aguardado álbum 808s & Heartbreak, de Kanye West

Conhecemos recentemente o blog do parceiro de Portugal, o Mr. K (aka Carlos), do Just Dont Do It. Além de já termos recomendado como um espaço de ótimos textos voltados à moda das ruas, ao rap e curiosidades no hip hop, encontramos uma resenha do novo álbum de Kanye West, o 808s & Heartbreak, além de alguns “porquês” do rapper.

O Mr. K participou da audição do novo álbum e retratou tudo que rolou em seu blog. Pedimos autorização e publicamos um trecho do texto que você poderá encontrar na íntegra apenas no Just Dont Do It. Como hoje (24) é o dia oficial do lançamento do álbum, aproveite para saber todos os detalhes dessa produção. Enjoy!

Ps.: Alteramos algumas palavras no texto para que você as identifique no português usado no Brasil.

“…tive o privilégio de estar presente no preview do album “808’s & Heartbreak“, apresentado pelo próprio Kanye West. Aberto apenas a special guests e imprensa, o evento teve lugar num bar no exuberante The O2 Dome.

Kanye West vestia um blazer e uma camiseta cinzea, com um cachecol roxo no pescoço. O Dj de serviço começa a passar algumas faixas, como “Let The Beat Build” e YE começa a recitar as letras de Lil Wayne, enquanto vai preparando a playlist no teu notebook, depois passa “History”, nova faixa de Jay Z, produzida por West…Kanye começa a embalar no som enquanto solta as liricas…e em 5 minutos é possivel ver-se a paixão que tem pela música.

Depois de tudo preparado, Yeezy agradece a todos pela presença e explica o porquê de ter decidido fazer esta “obra-prima”, não deixando de “beliscar” no mundo da web, particularmente o mundo dos blogs, onde criticou os blogs por tentarem sugerir coisas, e que ele apenas quer fazer a música que ele quer, explica que tem que viver com a música, sente necessidade de ir para palco, por isso faz a música que gosta, usou até uma analogia engraçada, ao dizer que a música é como decorar uma casa, quando alguém diz para ele não cantar, ele diz que é como alguém lhe dizer para não se sentar no sofá da sua própria casa, terminando o assunto com a frase “respectfully fuck you”.

West explica a sua nova sonoridade e explica que quer ser um pop-artist, mas não de uma forma negativa, auto-rotula a sua música de “pop-art”, e que quer deixar a sua marca de uma forma, que ninguém até hoje conseguiu. Ye seguiu dizendo que as perdas recentes (Mãe faleceu em Novembro do ano passado e o namoro de 18 meses com a designer Alexis Phife), o tem magoado imenso, e que o fato de ter ido a eventos como os MTV EMA e ver nomes como Beyonce, Grace Jones, Paul McCartney, fez-lhe perceber que é ali que ele pertence, na companhia da “grandeza”.

Depois Kanye West, explicou o conceito do album “808’s & Heartbreak“, o significado de 808, (algo que eu por mim mesmo já tinha chegado), vem do fato de todo o album utilizar a “velhinha” máquina de batidas Roland TR-808 (atualmente não é utilizada, mas foi a grande referência no inicio da era hip-hop no 80’s), para Yeezy, adora o som que sai, com batidas muito mais tribais.

Depois explicou que o album não é um album de hip-hop, que ele canta em todas as faixas, utilizando a tecnologia Auto-Tune (quem não se lembra de Cher com “Believe” e mais recentemente T-Pain), explica que muitos dos samples utilizados no hip-hop e que são dos anos 60 e 70, tem a voz sempre com tempos diferentes, e que o auto tune, dá o tom perfeito…
Conclui dizendo que muitas pessoas podem achar meio louco ou estranho o fato de usar esta tecnologia muito ouvida no mundo pop, mas ele quis usar, porque se trata de um album pop.Em breve começariamos a ouvir o album, notava-se ansiedade estampada nas pessoas presentes…

Say You Will

A faixa começa meio dark, num som meio épico, os drums são de tal forma fortes, que parecem que batem na nossa cara…nada disto soa ao que habituámo-nos a ouvir de Kanye West….” Continue a ler no Just Dont Do It.

pre-order-ii

Além disso, o Per Raps traz o texto e o áudio de uma conference call realizada no início do mês pela gravadora Def Jam e a mídia “cabeçuda” do rap. Nela, West conta alguns detalhes de 808s*.

Conference call Def Jam/Kanye West:
http://raps.podomatic.com/enclosure/2008-11-23T19_58_45-08_00.mp3″

“I just want thank everybody for their support first of all. I’m at a listening session playing my joint for the people in the UK. I love doing listening sessions because I feel like Christmas Day where parents get to see the kids opening up their gifts. Cause I feel like I try to give the gift of music. This album has been basically based off the devastation and the hurt that I’ve felt within the past year with all the losses that I’ve been through. It’s kind of settling in to sort’ve being this super famous alien where every where I go someone wants a f**kin’ photograph.

It’s hard when you not really a celebrity, but you’re just a real person that just ended up being famous for your craft. What’s good is that it’s therapeutic for me, and it’s a better option than suicide to just keep putting out music and art. Of course I got a lot of backlash for my medium that I wanted to do this in.

I created a thing I call Heartbreak. It’s like a mixed drink. It’s auto tune, meets distortion with a little bit of delay on it, and a whole bunch of f*cked up life that I put onto records. That’s what I call my heartbreak, and that’s what every record basically has. I’m delivering what I feel is art and that’s what I want to deliver at this point from now on. With records like “Love Lockdown”, they might not have high hats and s**t like everything else has, but when I go out and be listening to Jimi Hendrix and the Stones and Lenny Kravitz, and they wouldn’t play no Hip Hop records in the midst of that.

I feel like n*ggas be giving up on trying to make music on a Quincy Jones level. On this record I’m trying to improve my craft, and trying to push it to a level that no n*gga has ever made it to.

No n*ggas have ever rocked 50,000, 100,000 people stadiums ten years after their records came out. And for anybody that saw the tour, you know my goal is to take it a whole other level. Today we’re about to drop one of the records that everybody’s talking about, “Amazing” featuring Jeezy. It’s definitely one of those joints in the club that’s gonna go crazy. That’s gonna send it up like we did with “Swagger” like we did with “Put On” and like :We always do it this time”. This is what my job is.

My job is to give y’all sh*t that has the model b*tches running crazy and has n**** bobbing their heads crazy like “Can’t Tell Me Nothin'” and “Flashin’ Lights”. Of course I always hit them with a curve to start off with. Y’all know that “Heartless”, that’s straight n*gga sh*t. The whole album you can rap over at the end of the day, but I’m trying to put on those Phil Collins’ melodies. Even if I’m harmonizing, it’s still from a n*** perspective. I ain’t making no, “‘girl, your nails are the perfect nails, you the perfect-‘” naw, this ain’t none of that. This is still 100%t rap perspective music with melody.

I came on this call to thank everybody for their support on “Love Lockdown” it sold over a million on itunes thus far. B*tches love it and n**** love to watch b*tches dance to it. And I’m sorry, for any female djs (that’s on the call) “Young ladies like it”. This album is really from my heart. It’s an art project and I just appreciate everybody. For the people who are mad that I’m not rapping right now, thank you very much for allowing me to sit on this very therapeutic couch while I let this one off and get out what I need to get out.

There’s rumors that there’s another album coming in June, I’m not going to put that pressure on myself. I’ll probably come with another tour in June though. That’s where I’m at in my life right now, and I really wanted to release this music and I forced L.A. to give me this release date. I was like, ‘don’t f*ckin’ wait months and months to try to set it up. Just give people the music.’

I’m constantly making music. We’re almost finished with Jay’s album. We were almost finished before I even started making my album. Jay’s album is coming in February, the new Wayne special packaging before Christmas. We got a new record on there together, so we still got a bunch of sh*t coming. But I just said all of that to say thank you, and that’s about it.

*Moderator asked about Album being pushed up to November 24th*

The label moved it up to get more Thanksgiving sales and they called and told me to say I moved it up because of all the excitement. But I don’t do that sh*t. The label moved it up to try to get more sales and sh*t. I’m excited about the album. Also, I gotta say “Robocop” is completely different on the album. “Anyway” is different and I did not leak those.

I did not leak the “Heartless” video. The only sh*t I leaked is “Heartless” and “Love Lockdown”, those are the only joints I actually put out. I don’t know who it is but basically the label moved it up. They’re trying to get more sales and sh*t. If I get the sales then cool but if I don’t “hey”. I’ll share the burden cause I’ve been a cocky motherf*cker and talked my sh*t and all that, and people would love to see me not sale, but that’s the way life is. Hopefully I can sell. We’ve been doing pretty good with the singles we’ve been dropping and we moved it up a day and we’ll probably get more sales because of it.”

*Traremos a tradução de trechos dessa conference call em breve.

E para finalizar o assunto, disponibilizamos aqui uma fita com alguns sons da mixtape que o Dj Benzi produziu com grandes sons de Kanye West. Essa fita mixada ainda não foi lançada oficialmente, mas fique atento para mais informações no site do próprio Dj Benzi. Essa é uma ótima pedida para quem não curtiu os novos rumos do rapper em 808s & Heartbreak.

Segue a playlist:

1. Kanye West feat Big Sean – Good Morning;
http://thetapeisnotsticky.com/uploads/2008/11/02-good-morning-ft-big-sean-the-kickdrums-remix.mp3″
2. Kanye West (Nick Catchdubs remix) – Champion;
http://thetapeisnotsticky.com/uploads/2008/11/03-champion-nick-catchdubs-remix.mp3″
3. Kanye West (Kenny Dope & Terry Hunter remix) – Addiction;
http://thetapeisnotsticky.com/uploads/2008/11/12-addiction-kenny-dope-terry-hunter-remix.mp3″
4. Kanye West (Strech Armstrong remix) – Good Life;
http://thetapeisnotsticky.com/uploads/2008/11/17-good-life-strech-armstrong-remix.mp3″
5. Kanye West (Dj Godfather remix) – Cant Tell Me Nothing.
http://thetapeisnotsticky.com/uploads/2008/11/18-cant-tell-me-nothing-dj-godfather-remix.mp3″


808s and Heartbreak

Muito se falou do novo álbum de Kanye West, seja positiva ou negativamente. Aqui no Per Raps você terá a chance de ouvir algumas faixas que serão lançadas no dia 24 de novembro e poderá assim ter a sua própria conclusão. Além disso, você também terá acesso a informações do álbum, boatos que circularam na internet e afins.

Para início de conversa, um dos assuntos mais comentados foi que as faixas “vazaram” na internet. É possível se encontrar quase o CD inteiro! Se voltarmos ao VMA (Video Music Awards) deste ano, vamos lembrar que Kanye West apresentou para o mundo em primeira mão o som “Love Lockdown”. Agora vem a pergunta: como o rapper conseguiu lançar o som pela primeira vez na TV sem ele ter ido parar na net antes? Isso nos faz acreditar que de certa forma, essas músicas todas foram propositalmente para a web.

Isso pode ter acontecido para servir de termômetro para West e a gravadora que lança seus discos, a hoje problemática Island Def Jam. Também é fato que West remasterizou “Love Lockdown”, pois houve muitas críticas de fãs dizendo que essa música estava muito abaixo do padrão “Kanye West”. Muitas dessas informações e protestos circularam no blog oficial do músico, o que permitiu um maior controle da situação para West.

O segundo ponto criticado de 808s & Heartbreak foi o fato do rapper não mais rimar, e sim cantar em quase todas as faixas. Além disso, ele ainda se utiliza do auto-tune como apoio. Primeiro, temos exemplos de vários outros rappers que cantam, mas não são criticados. Podemos citar Mos Def, Wyclef Jean, Will.I.Am, Andre 3000, TuPac Shakur (em alguns refrões) além dos integrantes dos clássicos Arrested Development e Pharcyde. Aqui no Brasil, o exemplo é o Rael da Rima, do grupo Pentágono. Sobre o auto-tune, T-Pain já vinha cantando e rimando com o uso dessa ferramenta e fez (e ainda faz) muito sucesso.

As fotos de divulgação de 808's também possuem um conceito

As fotos de divulgação de 808's também possuem um conceito

O que parece é que a mudança de estilo de West foi o que mais chocou a mídia e os fãs. A imprensa (e o próprio rapper) já tinham admitido que ele possui “the best of both worlds” (o melhor dos dois mundos): a idéia nas rimas dos MCs do rap underground e a postura e os beats do pessoal do mainstream. West também declarou em entrevistas que seu objetivo é seguir para um lado mais “pop” da música e tem como grande expoente Michael Jackson. Tudo bem que a maioria pensava que ele fosse se tornar pop dentro do rap, mas West transcendeu essa “barreira” em 808s & Heartbreak.

Se mostrando tão mutante quanto David Bowie ou Herbie Hancock, Young Yeezy apresenta nesse trabalho um novo conceito. A produção foi feita com o aparelho TR-808, que gera batidas mais próximas a tambores que West procurava, dando um aspecto mais tribal às músicas. Tudo isso para fugir dos tradicionais beats do rap. West teve esse conceito trazido por Jon Brion, que já trabalhou com o MC em Late Registration. Além dele, T-Pain esteve por perto para ficar atento à sonoridade das músicas.

Jon Brion foi o responsável pelo arranjo de cordas nas faixas “Welcome to Heartbreak” e “Say you Will”. Completando o time, Mike Dean, o veterando produtor que já trabalhou com muita gente no rap. A crítica lá fora, tanto dos jornalistas especializados quanto dos fãs, aprovou os sons em parceria com Young Jeezy (“Amazing”) e com o badalado Lil’ Wayne (See you in my nightmares). Além disso, também foi muito bem aceita a presença do rapper revelação de Cleaveland, Kid Cudi, nas faixas “Welcome to Heartbreak” e “Anyway” (ou “Paranoid”).

Lembrando que há dois dias da apresentação no TIM Festival, Kanye West pediu uma coletiva com os jornalistas brasileiros em um hotel em São Paulo. Foi lá que aconteceu a primeira audição do  808s & Heartbreak no Brasil. Ele foi simpático, quebrando o estigma de arrogante que carregava, e chegou até a pedir opiniões sobre as faixas, fazendo anotações sobre o que era dito. 

A data de lançamento de 808s & Heartbreak mudou algumas vezes. Primeiro, pensaram que ele sairia em dezembro e travaria batalha novamente com o novo CD de 50 Cent. Depois, West se pronunciou dizendo que não via a hora de mostrar o trabalho às pessoas e mudou a data para o fim de novembro. Finalmente, foi estabelecido que o lançamento oficial será no dia 24 de novembro. “Love Lockdown” e “Heartless” já podem ser compradas no iTunes. A primeira faixa está entre as 10 mais vendidas e a segunda é hoje a mais vendida nos Estados Unidos.

Nas terra de Kanye West andam dizendo que ele não pode mais ser considerado rapper, que agora virou emo. Agora que você teve acesso à algumas das faixas de 808s & Heartbreak, achou o quê?

Kanye West – “Street Lights”
http://thetapeisnotsticky.com/uploads/2008/11/08-street-lights-1.mp3″

Kanye West feat Lil’ Wayne – “See you in my nightmares”
http://thetapeisnotsticky.com/uploads/2008/11/01-tell-everybody-that-you-know-feat-lil-wayne.mp3″

Kanye West feat Young Jeezy – “Amazing”
http://thetapeisnotsticky.com/uploads/2008/11/04-amazing-feat-young-jeezy.mp3″

Kanye West feat Kid Cudi – “Anyway”
http://thetapeisnotsticky.com/uploads/2008/11/anyway-feat-kid-cudi.mp3″

Kanye West – “Robocop”
http://thetapeisnotsticky.com/uploads/2008/10/robocop1.mp3″


O efeito na voz de T-Pain

Um dos segredos de T-Pain a.k.a "Chapeleiro Maluco" é o auto-tune

Um dos segredos de T-Pain (a.k.a Chapeleiro Maluco) é o auto-tune

Atendendo a pedidos, que não foram poucos ou muito menos diretos, cá está um post sobre o tal efeito que o MC e cantor norte-americano T-Pain (a.k.a Chapeleiro Maluco) utiliza. Há duas formas principais de distorcer a voz, assim como o rapper faz, que vamos explicar aqui: por meio do programa auto-tune ou com uma Talk Box.

Além disso, o novo álbum de Kanye West, 808’s and Heartbreak, possui um conceito que passa pela utilização do auto-tune em quase todas as faixas. West afirmou que gosta do efeito que essa ferramenta produz e inclusive deixou isso claro em seu blog oficial.

Lembrando que esse recurso não é novo. Ele já foi utilizado por artistas de vários estilos musicais, como a diva pop, Cher. Acompanhe abaixo alguns vídeos para ilustrar melhor essa história toda.

T-Pain antes da “fama” cantando sem o efeito na voz, no som “Send me an e-mail”, junto de J-Shin e com a presença discreta e calada de Tila Tequila:

Agora, já em 2008, o rapper usa e abusa da traktana em parceria com o Dj Khaled e Kanye West, no som “Go Hard”:

Para que você entenda como o auto-tune funciona, vamos traduzir de forma livre um vídeo bem informativo ( e em certo ponto até engraçado) que achamos na internet. O responsável é um cara que  se denomina como “IT Gângster”, que lembra o tatuador japonês do Miami Ink, Yoji Harada, com a voz do ator Keanu Reeves.

“Salve, aqui é o IT Gângster! T-Pain arrasou nas paradas musicais ultimamente com o seu vocal computadorizado. Eu vou te mostrar como “fazer” esse efeito usando um laptop e a internet. Primeiro veremos o que a internet diz que o T-Pain usa como efeito de voz. De acordo com este site, T-Pain usa um programa chamado auto-tune. Essa tecnologia já existe há bastante tempo e faz “correções” (da voz) em tempo real.

Isso significa que, se você não consegue cantar perfeitamente sozinho, então o computador corrigirá sua voz na nota correta. T-Pain explora isso ajustando o som de forma que você ouça o efeito computadorizado na voz. Há uma versão demonstrativa do software, dê o download e confira! Vamos ver, quero auto-tune 5, vou escolher a versão para garage band (banda de garagem). Escrevo meu e-mail, clico aqui e instalo o auto-tune.

Logo depois, vai abrir o meu projeto “garage band”. Vou gravar algo aqui, então fique atento. (Gravação de um trecho de som do T-Pain). Certo, agora vamos aplicar um pouco da mágica do T-Pain. Vou escolher o plug-in do autotunes que instalei. Vou ajustar o que cantei, aumentar a velocidade, ir nas opções e mudar o “Pitch Tracking” para a opção “Relaxed” (relaxado). Agora é só salvar tudo e ver como ficou! (Som com o efeito autotune do rapper T-Pain).

É assim que se soa igualzinho ao T-Pain! Só aqui, no IT Gângster.”

O roqueiro do Foo Fighters, Dave Grohl, usando o Talk Box

O roqueiro do Foo Fighters, Dave Grohl, usando o Talk Box

Já a Talk Box funciona produzindo uma amplificação com um dispositivo que direciona o som através de um tubo. Ela é ligada geralmente em guitarras, teclados ou pianos, e o som emitido no tubo é ‘modelado’ conforme a nota que o músico está tocando. É como se fosse a voz do instrumento falando.

O produtor Sabzi, que faz os instrumentais dos respeitados grupos Blue Scholars e Common Market, ambos de Seattle, na costa oeste dos EUA, tem um vídeo no qual ele mostra o funcionamento de uma Talk Box, inclusive de como ela foi utilizada em uma de suas músicas. Como o vídeo é grande – tem quase dez minutos -, avance até os 6:35 caso queira ver apenas a parte da Talk Box.

O vídeo é na realidade uma entrevista sobre produção musical concedida para o site crossfader.com, dividido em três partes. Para aqueles que se ligam no assunto e entendem inglês, Sabzi é uma ótima referência pelos seus últimos trabalhos lançados com os dois grupos, bastante elogiados pela crítica especializada americana. Esse mesmo vídeo contém ainda demonstrações de como foram feitas algumas músicas do produtor, então vale a pena conferir.

Para provar que não se trata de nenhuma novidade, disponibilizamos aqui também um pequeno vídeo do mestre Stevie Wonder cantando com uma Talk Box e um piano em um programa de televisão norte-americano, há algumas décadas atrás.

Para terminar, acompanhe aqui uma das músicas que já vazaram na internet do álbum 808’s & Heartbreak, de Kanye West, que possui vocais repletos de efeitos do auto-tunes.

Kanye West – Love Lockdown (808’s & Heartbreak)
http://thetapeisnotsticky.com/uploads/2008/10/love-lockdown.mp3″


Kanye West no Brasil – Parte I

Kanye West no palco de sua super produção, "Glow in The Dark"

Kanye West no palco de sua super produção, "Glow in The Dark"*

Muita coisa foi dita na mídia sobre a passagem de Kanye West pelo Brasil. Infelizmente, na maioria dos veículos de imprensa ou não, a crítica foi pesada e negativa. Isso ocorreu principalmente em São Paulo. O interessante de se notar é que antes do show, muitos jornalistas e supostos especialistas em música, apontavam West como o “salvador” da música rap. Por quê? Pelas inovações, pelas referências, pela postura, pela turnê triunfante até então, ou seja, pelo “pacote” que era vendido pelo artista.

A dois dias antes da apresentação no TIM Festival, Kanye West pediu uma coletiva com os jornalistas brasileiros em um hotel em São Paulo, e fez uma primeira audição do novo trabalho ainda não lançado, o 808’s & Heartbreak. Ele foi simpático, quebrando o estigma de arrogante que trazia, e chegou até a pedir opiniões sobre as faixas, fazendo anotações sobre o que era dito. No entanto, como se fosse uma brisa que muda para ventania, todos se voltaram contra Kanye.

Após o show, as críticas foram ferrenhas e o apontavam indiretamente como um vendedor de ilusões. Todos esperavam uma estrutura ainda mais impressionante nesta passagem da turnê, até porque o responsável por essa montagem foi Jamie King, coreógrafo e diretor de palco que já trabalhou com artistas como Prince, Britney Spears, Shakira e Elton John.

Não bastaram labaredas, uma simulação de uma superfície de outro planeta, dois telões gigantes, uma plataforma (que subia, descia e inclinava), um dinossauro cheio de metáforas e gelo seco. Não, West teria que incorporar David Copperfield, e se preciso, deveria voar no palco para agradá-los.

A plataforma do palco se inclinava e ia para cima ou para baixo

A plataforma se inclinava, descia e subia de acordo com música*

Não foi uma apresentação convencional de rap, é verdade. Mas se fosse, certamente não teria chamado tanta atenção. Young Yeezy, um dos apelidos de West, subiu ao palco sozinho e apenas no fim do espetáculo contou à todos que havia uma banda e um Dj atrás daquela estrutura toda. Mas, tirando a estrutura do palco e a banda “escondida”, foi um show de rap.

Kanye rimava em cima de uma base, que ficou na responsabilidade do Dj Craze, tricampeão do maior campeonato de Dj’s do mundo, o DMC. Havia intervenção de instrumentos, fato que também é corriqueiro em diversos shows de artistas do rap. Infelizmente, por falta de informação, algumas pessoas associaram esse tipo de apresentação à utilização do recurso do playback, o que não é uma verdade.

Para quem não sabe, no playback, o artista se preocupa apenas com a performance e dubla a música, pois assim não corre o perigo de desafinar ou perder o fôlego. Grupos como o dos rockeiros do Block Party ou a diva pop, Britney Spears, costumam usar essa artimanha. Não é preciso frequentar shows de rap para saber que um recurso muito utilizado no estilo é ter um Dj que solta a base por meio de discos de vinil para que o MC transmita sua idéia, por meio da rima, ao vivo.

Foram mostradas músicas dos três álbuns do rapper (Late Regsitration, The College Dropout e Graduation), além do primeiro single do novo trabalho, 808’s & Heartbreak, intitulada “Love Lockdown“. A importância do artista para a música rap pode ser exemplificada com a presença de rappers brazucas, que foram prestigiar a apresentação. Racionais MC’s e Marcelo D2 estavam presentes, e estes podem ser considerados hoje dois grandes representantes do rap nacional, sem sombra de dúvidas.

West mudou o figurino apenas uma vez no show inteiro

West mudou o figurino apenas uma vez no show inteiro*

Há um texto na internet que fala da relação do jornalista e a música. Esse texto diz que geralmente eles (os jornalistas) descobrem bandas novas e a ovacionam. No entanto, quando ela se torna famosa, acaba sendo criticada pelo mesmo responsável por elogios anteriores. Nesse caso, não houve de fato uma “descoberta” da música ou do talento de West, mas o associaram a uma epifania musical. O artista é inovador, mas é tão humano quanto os próprios jornalistas.

Quem acompanha a carreira de Kanye West, mesmo que de longe, pode perceber que hoje o rumo dele segue para uma música mais “pop”. No próprio meio do rap, geralmente costumam ressaltar o lado “produtor” de West, mas não o lembram tanto por suas rimas ou seu trabalho em outros aspectos. Mas é unânime que ele é um artista comprometido com o seu trabalho.

Em entrevistas, é possível se notar a insegurança de Kanye, principalmente quando ele tenta trazer novidades ou deslocar seu rumo na música. Em uma conversa recente com uma rádio norte-americana, ele disse que um dia pretende ter hits como os de Michael Jackson, mas sabe que precisa ainda trabalhar muito. Críticas contraditórias ou sem fundamento, têm o poder de destruir a carreira de um artista. Muita gente acredita no que ouve, no que assiste ou no que lê. Portanto, não acredite em tudo!

* Fotos exclusivas por Carol Patrocínio.


Heartless

heartless

Saiu o segundo single do novo álbum do rapper Kanye West, o 808s & Heartbreak, que será lançado até o fim do ano. O som chama Heartless e parece ser uma continuação musical de Love Lockdown. O uso de sintetizadores e o efeito na voz a lá T-Pain permanecem presentes. Já circulam alguns comentários na internet dos fãs de West esperando que o novo álbum traga mais “variedade”.

Kanye West, o MC de Chi-Town (Chicago), se apresentará nesta quarta, 22, em São Paulo e na sexta, 24, no Rio pelo Tim Festival. Após o show de Sampa, o Per Raps trará um post especial com a cobertura e os detalhes de tudo que acontecer por lá.

Kanye West – “Heartless”
http://thetapeisnotsticky.com/uploads/2008/10/heartless.mp3″