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Hip Hop e comunicação

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No final de 2008 rolou um papo sobre hip hop e comunicação no Programa Freestyle, apresentado por Marcílio Gabriel. Os convidados foram Gil Souza (do blog Revista Elementos), Adriano de Freitas, do site Radar Urbano (via telefone), além do Per Raps (representado por Eduardo Ribas e Daniel Cunha).

Aproveitando o “gancho” da última #sextapaporeto, debate que ocorre semanalmente no microblog Twitter, que teve como um dos temas centrais a comunicação do hip hop e a visão da mídia sobre o tema, socializaremos algumas idéias.

A importância de se trabalhar com a comunicação no hip hop, Gil Souza

Banner-Elementos-Web_bigger“Quem não se comunica, se trumbica”, lembrou bem Gil Souza, que salientou que o caso do rap sempre foi turbulento em relação a mídia. Vários grupos grandes não faziam questão de ir à programas de TV, pelo tratamento que davam à eles. Os representantes da cena queriam que suas ideias fossem propagadas na íntegra e não da forma que os meios achassem conveniente. A partir daí, surgiu a necessidade de se criar a comunicação do próprio meio, assim como o hip hop sempre fez, a partir de seu dialeto, seu estilo, roupas, etc.

O primeiro grande exemplo disso foi a revista “Pode Crer”, que durou pouco tempo, depois a revista “Agito Geral”, a “Revista SB” – essa mais voltada para a dança (criada pela crew Street Breakers) – e, em 1999 chegava o Bocada Forte. No início, o site tinha o intuito de divulgar apenas um grupo de rap, mas com a vontade de se escrever opiniões e falar de outros temas, houve uma expansão para um meio de comunicação do hip hop.

Era muito mais fácil fazer algo na internet, mas mesmo esses veículos tinham uma relação complicada na hora de abordar alguns assuntos, pois as pessoas não entendiam bem aquela proposta. “Era um meio de comunicação nosso, uma parada de quem faz o hip hop acontecer […] isso foi de vital importância pra construção de uma cena”, pontua Gil. De acordo com ele, muitos representantes da última geração do rap se destacaram por causa dessa divulgação nos meios de comunicação alternativos da internet.

O hip pop na midia, Per Raps

Per_Raps_Logo_biggerMuitos jornalistas da mídia convencional não dão o melhor tratamento ao rap, principalmente pelo fato de não saberem exatamente do que estão falando. Quando têm alguma noção, enxergam o rap como se tudo fosse protesto e tivesse relação com a realidade do gueto.

Na TV, muitas vezes continuam a tratar o rap como se estivessem falando de “coitadinhos”. Um exemplo prático citado foi o show do rapper de Chicago, Kanye West, que antes de tocar no Brasil era apontado como a “salvação” do rap. Após a apresentação, a impressão que ficou era a de que os jornalistas não assistiram o mesmo show que a equipe do Per Raps ou daqueles que gostam e respeitam o rap.

Os blogs e sites acabam sendo fundamentais pois mostram o hip hop de uma forma mais próxima daquela que se vê nas ruas, pelo fato das pessoas viverem e estarem próximos à cena. Ao escrever sobre um CD, o interessante é saber o mínimo do trabalho, ouvindo a música e valorizando suas produções e influências. Infelizmente, fora da cena, poucos fazem isso.

Evolução na comunicação do Hip Hop, Adriano de Freitas

logotwit_radar urbanoAdriano de Freitas falou um pouco sobre o papel da comunicação para o hip hop, mais especificamente para o rap. Teve um período até 2006 em que os sites de hip hop cresceram. O próprio Real Hip Hop, do qual Freitas foi o co-fundador, tinha pelo menos cinco ou seis anúncios todo mês.

No começo de 2007, as coisas começaram a retroceder. Todos os grandes sites acabaram “se matando” nessa época. Já os grupos, não possuíam uma pessoa que cuidasse da divulgação de seus trabalhos. Quem acabava fazendo isso eram os próprios sites que falavam de hip hop, assim movimentando a comunicação dos próprios grupos.

Hip Hop e dinheiro, Gil Souza

Banner-Elementos-Web_biggerOs grupos fazem os seus trabalhos e para vendê-los precisam fazer o dinheiro rodar; de repente subindo um banner no Bocada Forte ou fazendo uma promoção de um CD no Programa Freestyle, por exemplo. Como você vai vender mil CD’s sem divulgar? É preciso negociar. No Brasil, você pede um certo tanto pra um serviço e a pessoa vira a cara pra você. Já na gringa, o cara negocia.

É preciso entender o papel dos meios de comunicação. Os blogueiros e editores do site não vivem disso, então tem gente que não vê atualização um dia e já cobra os caras, mesmo sabendo que eles não ganham pra isso. Além disso, os grupos não estão organizados pra mandar material. Os caras ficam o dia inteiro no msn, mas não usam nada desse tempo para divulgar seu trabalho.

Mandar sugestão de pautas, não escrever em caixa alta, começar o texto com letra maiúscula, assim como se aprende na escola, são formas de se aproximar da mídia e da comunicação independente feita no hip hop. Um dos segredos é se organizar e trabalhar junto com os meios de comunicação. E quem deles quiser publicar, vai publicar.

*As falas NÃO foram publicadas na íntegra, apenas a idéia central de cada uma delas.

**Um salve para todos os comunicadores independentes do hip hop!

Acesse o Programa Freestyle especial sobre comunicação.


Made for Skate + Dicas

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Made for Skate por Nathalia Leme*

Quem se amarra no conteúdo do Per Raps a partir de agora também pode entrar de sola na cultura urbana. Curiosidades e fatos relevantes pra você sacar muito do que as ruas têm a dizer através do comportamento e até da moda de quem passa por ela. O primeiro capítulo de uma história contada meio fora de ordem vai ser a importância do sneaker, que agora está tão em voga, na história do skate. 

O bom e velho par de tênis que hoje é capaz até de ditar regras de moda, mas em  meados 1960, logo depois do surgimento  do skate,  já fazia a diferença. A história do carrinho pode ser contada através dos tênis que já pisaram em suas lixas. A prova disso é que recentemente foi lançado um livro, que conta toda a trajetória dos tênis feitos para andar de skate, nunca antes contada em livros ou revistas especializadas.

Batizado de “Made for skate” o livro conta relatos de cada época com fotos desse mercado que influencia o mundo fashion e chega a movimentar cerca de U$ 800 milhões ao ano. Curiosidades sobre o romance tênis e skate são documentadas em 400 páginas com fotos raras que foram disponibilizadas na internet. No site da Made for Skate é possível folhear algumas páginas e descobrir quem foi o primeiro profissional a assinar um modelo de tênis de skate, por exemplo.

Esse ai é o modelo do tênis Rainha citado no texto.

“Made for Skate” é mesmo um importante documento para a história do carrinho e o Brasil também foi lembrado em suas passagens com o Rainha Skating, tênis produzido pela brasileira Rainha nos anos 80 (imagem abaixo). Além disso, um dos grandes nomes do skate brasileiro, Álvaro Porquê? ilustra uma das fotos do capítulo “Anos 90- Nike Dunk”, num belíssimo wallride na quase extinta, para skatistas, Praça Roosevelt. Mas esse pode ser um outro capítulo. 

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*A Nathalia Leme é jornalista e já trabalhou como assessora de imprensa de conhecidas marcas de skate e surf, além de ser repórter da Vista Skateboard Art. A partir de agora, ela também colabora com o Per Raps. Bem vinda!
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Festas

Parece que as coisas voltaram a funcionar mesmo. Para quem estava sentindo falta, os shows de rap estão de volta a São Paulo. Pra começar, na primeira “quarta-feira (4) rap” do ano, duas grandes atrações.

Emicida (segunda parte da entrevista ta chegando e vem com surpresa da Na Humilde Crew de brinde) se apresenta no Café Aurora, na Bela Vista, em festa que contará com as discotecagens de Dj Tati Lazer e Dj Dan Dan.

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Já na região de Higienópolis, o Pentágono mostra o seu mais novo lançamento, o disco Natural, na nova festa Quarteirão, que vai rolar na Jive em todas as quartas-feiras de março. Nesta primeira edição, os toca-discos ficam por conta de Dj Keffing (Lua), Dj Marco (Céu) e Dj Nando. Já para adiantar, os “monstros” das próximas quartas já estão escolhidos. São eles, nada mais nada menos do que Flora Matos (11), Marechal (18) e a atração internacional Pace and Mr. Green (25). Vai perder alguma?

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Nesta sexta-feira (6), mais um show, desta vez daquele que mais agitou o público no último festival Indie Hip Hop: Doncesão. Ele se apresenta ao lado de sua banca, a 360 Graus Records, no CCPC, na rua da Consolação, em evento promovido por Elza Cohen. A discotagem é cortesia de Dj Big Edy (Contra Fluxo) e Dj Caíque.

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Ps.: Prestigiem! O rap nacional precisa de vocês.

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Grafite brasuca no iPhone

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Start Mobile em parceria com a QAZ – Arte Urbana vai lançar em breve no mercado internacional um incrível aplicativo que coloca a arte de nossos Grafiteiros dentro do iPhone da Apple.

A empresa americana lançou na semana passada uma amostra grátis que esta sendo distribuída pelo aplicativo itunes com fotos dos quartos pintados por artistas famosos no Hotel des Arts em San Francisco (EUA).

A seguir virão pacotes com imagens temáticas sobre shepard Fairey, Vulcan, Chor Boogie e os artistas brasileiros, entre outros. Os brasileiros que participam são: Binho Martins, Emol, Feik, Gejo (imagem ao lado), GEN, Mateus Bonini, Nick_Alive e Rodrigo O branco.

As imagens estão acompanhadas por informações sobre os artistas e podem ser vistas ao clicar na imagem. Como um cartão postal a figura vira e mostra o verso com informações. Este tipo de divulgação da street art é feito pela primeira vez no mundo e nossos artistas estão lá!

Fonte: Revista Elementos