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Botando fé no rap*


Senhor Felicidade mandou rimar – por Carol Patrocinio

Quantas vezes você já ouviu alguém dizer que o rap é religião, que muda vidas e que transforma o mundo? Isso poderia ser dito sobre religiões de verdade e também poderia ser usado num daqueles sermões de igreja, bem longos e cansativos.

Pra quem não está acostumado a seguir uma religião, às vezes rola uma dificuldade de se concentrar na hora de ouvir uma palestra, uma pregação, missa ou o que quer que seja. Mas e aí, o que fazer com os jovens que têm energia demais para ficar parados só ouvindo um papo lento?

Ou pior ainda, e se o padre resolver falar em latim? Ou ler trechos enormes da Bíblia, com aquela linguagem mega antiga? Nas religiões orientais, várias coisas são ditas numa língua que você não entende e, às vezes, não consegue nem repetir. E teve um cara que foi esperto o suficiente pra notar tudo isso e acertar lindo pra levar uma galera pro templo.

Esse cara em questão é um monge budista chamado Kansho Tagai, o Senhor Felicidade. E quando você pensa em monge já vem na tua cabeça um canto gregoriano e tal, tudo na maior paz e santidade, né? Nada disso! Senhor Felicidade quer saber de passar a mensagem e, pra isso, escolhe a melhor maneira possível.

No templo de 400 anos que fica no centro de Tóquio você pode ouvir um rap rolando se passar na hora certa. Imagina você passando na frente de um templo budista e ouvindo rap? Certeza que ia entrar! Se liga no vídeo do cara rimando e a galera curtindo.

Depois do rap, a ideia é levar o sapateado ao budismo; afinal, o que é música sem dança? O monge quer aparecer dançando, tem vontade de aprender a sambar e disse que já é craque no Moonwalk do finado rei do pop, Michael Jackson.

Não dizem que quem canta, seus males espanta? Taí a prova vida de que dá certo. Não deixe o rap parar!

-> Se você faz rap religioso, mande pro perrapsblog@gmail.com com um mp3 e o assunto “Chegou no E-mail”. Vamos fazer uma mix só nesse estilo. Curtiu?

-> E se você quiser conhecer outro tipo de música misturada com budismo, dá uma olhada no “Os The Darma Lóvers”  – que explicam o ‘os’ é brasileiro, ‘the’ vem de The Who e ‘Darma Lóvers’ (escrito assim com acento mesmo) é porque eles adoram o Buda.

*com informações da BBC

4 Respostas

  1. bit

    estou interessado em rap NÃO religioso – não confunda com rap vulgar e raso estilo fm, que tambem nao me interessa. Melhor que ver um templo que toca rap é ver uma facul de filosofia, psicologia, ciencias sociais, ou qualquer instituição artística, na minha opinião. Respeito mas…dispenso religiões.
    Além do mais, pastores, monges, ou o que for, fazendo de tudo para atrair jovens para suas crenças, me lembra feira, onde vou passando pela rua e vendedores me abordam tentando me seduzir com alguma coisa em troca do meu dinheiro. No caso aí, em troca da minha fé, sei lá, mas que parece meio feira parece. Parece um mercado de fiéis, vamos ver quem arrebanha mais? A igreja X oferece isso, o templo Y oferece aquilo, vamos gente, qual te seduziu mais??? O que os jovens de hoje curtem? Então vamos oferecer o que eles querem e assim trazê-los para nossa crença. Parece fake pra mim.
    Procuro algo diferente, existe? Passar em frente a um templo e não se interessar, independente do que ele ofereça. É o que admiro.

    fevereiro 8, 2010 às 14:56

  2. Louca essa matéria!

    fevereiro 8, 2010 às 23:21

  3. sei não. Acho que o BIt ai em cima lançou a nota, hien?

    fevereiro 9, 2010 às 12:48

  4. Pensando melhor. Ta valendo.
    Respeito, antes um otário alienado cantando rap feliz longe das fitas erradas, pedra e crime, do que um “bandidão” pregando o ódio, cara fechada, com biquinho de malvado.Rap gospel? eu to fora. Mas hoje em dia, como ja dizia o capitão planeta: “O PODER É DE VOCÊS! ”

    E o Raul seixas (que deus o tenha, e não devolva-nos)

    “faça o que tu queres pois é tudo da lei”

    fevereiro 9, 2010 às 20:09

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