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A polêmica envolvendo MV Bill

veja40anos-092008

Manual Veja de redação: a livre associação de ideias – por Eduardo Ribas, com colaboração de Daniel Cunha

“Deus é amor.
O amor é cego.

Stevie Wonder é cego.
Logo, Stevie Wonder é Deus (?)”

O texto O hip hop da Petrobras, de Diogo Mainardi, colunista da Revista Veja, publicado em 18 de julho de 2009, é um símbolo das escolhas que um “formador de opinião” e um editor possuem em mãos. Nesse caso, o autor do texto poderia optar por “n” possibilidades de abordagem, mas acabou escolhendo o caminho mais polêmico. Explico.

O rapper MV Bill, em parceria com Celso Athayde (da ONG Central Única das Favelas – Cufa), escreveu e lançou o livro “Falcão: mulheres e o tráfico”, no ano de 2007, cujos direitos autorais pertencem a uma empresa chamada R.A. Brandão Produções Artísticas. Essa última informação é creditada a Diogo Mainardi em seu texto.

Celso Athayde e MV Bill - Globo Online

Celso Athayde e MV Bill - Globo Online

Essa empresa está na lista de contratadas para serviços terceirizados para a Petrobras e, de acordo com a apuração de Mainardi, “ganhou mais de 4,5 milhões de reais (..) em 53 contratos” e participou dos mais diversos serviços, “de cartilha sobre o meio ambiente até bufê em obras de terraplanagem; de dicionário de personalidades da história do Brasil até ‘design ecológico em produtos sociais’ ”.

O “faro” jornalístico de Diogo Mainardi fez com que ele aprofundasse sua “investigação”, com o objetivo de associar MV Bill a uma possível falcatrua da R.A. Brandão Produções Artísticas, realizada, supostamente, sem o conhecimento da Petrobras. Em meio a essa tentativa de silogismo (associação direta), Mainardi acaba se mostrando um conhecedor do trabalho de Bill, citando trechos de rimas e se utilizando incansavelmente do termo “mano”. A investigação em forma de texto segue com relatos de supostas tentativas de contato telefônico com o responsável pela editora que publicou o livro, além de Celso Athayde e do próprio Bill.

As tentativas, que segundo o texto do “apurador” Mainardi, não deram resultado, ainda foram ironizadas com um ditado conhecido nas quebradas: “boca fechada, que não entra mosca e também não entra bala” – nesse caso, retirado do som Como Sobreviver na Favela (MV Bill). De repente, os interesses da investigação voltam à R.A. Brandão Produções Artísticas, pois, ao que parece, era esse o real alvo de interesse desta denúncia. Mas qual seria o apelo para se falar de uma empresa X, que segundo o texto, recebia dinheiro da Petrobras para prestar alguns serviços e enriquecer algumas pessoas?

Nesse caso, realizar um ataque a um alvo específico: MV Bill. Mas por quê? O objetivo básico de um colunista costuma ser a busca por um tema de interesse mais geral, a fim de obter cartas e e-mails de apoio ou repúdio, justificando seus pagamentos pelos textos escritos e polêmicas levantadas. E são em situações como essa que percebemos os valores éticos de cada um.

Capa do livro "Falcão, mulheres e o tráfico" (Ed. Objetiva)

Capa do livro "Falcão, mulheres e o tráfico" (Ed. Objetiva)

Não satisfeita, a revista Veja segue em seu ataque à R.A. Brandão Produções Artísticas, sintetizado na figura do rapper carioca MV Bill. Desta vez, quem ataca é o “renomado” jornalista Reinaldo Azevedo, formado na mesma universidade desse que vos escreve. Em seu blog, o jornalista destina pelo menos sete posts a um ataque deliberado a MV Bill, fato que rendeu centenas de comentários. Ironicamente adjetivando Bill como o “sem-rabo-preso“ e “valente”, Azevedo aproveita para citar também o blog da Petrobras – administrado por uma equipe de comunicação, para apresentar “fatos e dados recentes da Companhia e o posicionamento da empresa sobre as questões relativas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)”.

As questões que ficam são as seguintes: por que o alvo escolhido aqui foi exatamente MV Bill, uma vez que há interesses diversos nessa investigação? Vamos tomar a liberdade de também associar ideias livremente, de forma parecida com o pensamento estruturado na coluna de Mainardi: a Petrobras é uma empresa estatal, e a Veja se posiciona claramente contra o atual governo petista. A Petrobras foi recentemente alvo de tentativas de investigações por meio de uma CPI, que deverá ter início em breve. Surge então uma suposta empresa laranja, a R.A. Brandão Produções Artísticas, que é atacada, mas sempre relacionada aos nomes de MV Bill e Celso Athayde – que de acordo com o próprio texto não possuem ligação direta com a empresa.

charge_maringoniSeguimos a livre associação de ideias: MV Bill, carioca e originário da Cidade de Deus, além de ser citado como ”amigo” da Petrobras e “aliado dos manos” (por Azevedo e Mainardi, respectivamente), é MC e responsável por inúmeros trabalhos sociais. Diogo Mainardi, colunista da revista Veja e autor do artigo “O hip hop da Petrobras”, acumula diversos processos por “crimes de opinião” (difamação, injúria, calúnia), relacionados ao conteúdo de sua coluna. É também crítico ferrenho do governo Lula, alvo de muitos de seus textos e, inclusive, de um livro, “Lula é minha anta” (2007).

O jornalista Reinaldo Azevedo, por sua vez, foi trotskista (entenda ‘de esquerda’) no tempo da ditadura, no entanto, virou a “casaca” se tornando crítico do comunismo na idade adulta. Trabalhou em conceituados veículos de informação, tais como as revistas Primeira Leitura e Bravo!, o jornal Folha de S. Paulo e, o não menos importante, Diário do Grande ABC. Por fim, a Revista Veja, considerada por Luís Nassif (outro renomado jornalista) como “o maior fenômeno de anti-jornalismo dos últimos anos”. Criada em 1968, de direita, defende os direitos da privilegiada fatia de bon vivants brasileiros e acumula reportagens equivocadas e mal apuradas.

Indiferente dos acusados serem culpados ou não, a lei deste país determina que ninguém é culpado até que se prove o contrário. MV Bill foi condenado por Mainardi e Azevedo. Os argumentos, por sua vez, se mostram desconexos, formados a partir de uma investigação supostamente séria e compromissada em ser “mensageira da verdade” ao povo brasileiro. Os envolvidos ainda devem, sim, as suas explicações, mas de forma alguma devem ser tratados como culpados antes de qualquer julgamento justo e livre de ironias ou associações diretas.

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Polêmicas à parte, basta uma notícia como essa envolvendo o rap sair na grande mídia para que alguns de nossos conterrâneos mais ‘informados e esclarecidos’ iniciem o show de agressões. Foi assim em 2006, após a confusão na Praça da Sé durante a apresentação dos Racionais MC’s, na Virada Cultural, quando dezenas de críticos ferrenhos inflaram os artigos e vídeos referentes ao assunto na internet com comentários maldosos e preconceituosos.

Desta vez, não foi diferente. Confira alguns dos comentários publicados por internautas abaixo do texto de Reinaldo Azevedo na Veja, que ajudam a entender porque reclamamos tanto do preconceito que existe contra o rap:

ABC disse:

julho 21, 2009 às 4:09 am

O pior é ter que aturar um analfabeto, rancoroso, SONSO e metido a besta por que acha que dar pitaco e falar merda para um monte de gente mais medíocre e fedorenta que ele e que o aplaude o transforma num pensador.

Escória que serve de escora para a ascensão do comunismo assassino lá na frente.

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Marcus Siviero disse:

julho 20, 2009 às 9:02 pm

Alguém aí perguntou o que faz a CUFA, ora!!! Faz o que toda e qualquer CUFA sempre fez, note-se que nesse negócio foi envolvido até os “DIREITOS DUS MANO”, ademais o que interessa o que é MV BILL, é óbvio que é “Movido a Valor” Bill.

Por outro lado devemos entender que o gerenciamento do Schopenhauer preve o “bolsa juventude” que auxilia as micro e pequenas empresas, pelo menos essa que estamos vendo que até virou notícia de tanto que foi “ajudada”.

É uma injustiça o vocês estão fazendo com tanta iniciativa e boa vontade, criticaram tanto os “mano” que eles até erraram o nome dos “livro” que eles mesmo “escrivinharam”.

“Ceis num” tem mais que fazer que “ficá” falando “mar dosotro”.

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João Augusto disse:

julho 20, 2009 às 8:07 pm

No dia 12/07/09 (domingo), a Rede Globo, através do Programa “Domingão do Faustão” deu um tremendo espaço para essa figura. Ainda cantou uma música que eu não consigo entender, tampouco acredito nesses posturas de poeta social.

Imagino que o Faustão deva estar envergonhado do que fez. Dar espaço para o “garotão” (sim ele se veste como um garotão!), sobretudo após a matéria do sempre bilhante, do Diogo Mainardi.

Que nojo!

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Fernando DP disse:

julho 20, 2009 às 7:06 pm

Minha doce namoradinha tinha interesse em ir nos shows desse sujeito quando a conheci(com 18 anos e tendo origem humilde eu dou um desconto- hehe); eu já botei na cabeça dela que não vamos porque é muito ruim. Agora, não ir é tb uma questão de ética…

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Elcio disse:

julho 20, 2009 às 6:13 pm

Rappers em geral, sem contar a mediocridade musical, são hipócritas. Até nos EUA, onde a coisa surgiu, eles são constantemente criticados pela hipocrisia, que vem dos versos chatos e tacanhos, que cantam as mazelas da pobreza, apesar da vida de luxo que as vendas das “obras” proporcionam. Com a diferença que nos EUA não existe bufunfa pública. É grana mesmo. É venda. Todo mundo chia mas ninguém tem nada a ver com isso. Por lá todo mundo tem direito de expressão. E compra a besteira o idiota que quier. Por aqui a mediocridade é a mesma (se não pior) e temos este espetáculo bisonho, com dinheiro público comprando bobagens. Tá dificil, hein?

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Pois é, tá difícil, hein!?

<a href=”http://www.blogspetrobras.com.br”>blog da Petrobras</a>

Leia o artigo Hip hop é compromisso , de MV Bill, publicado no último domingo (2) no jornal O Globo, do Rio de Janeiro, lamentando as denúncias da Veja.

Leia também o post publicado sobre esse e outros assuntos similares no blog Casa da Negrita.

18 Respostas

  1. mc beto

    muito triste e ver que ainda hÀ pessoas que se auto julgam ingenuas como as pessoas que comentaram no blog dele apos aquela resposta, nao conheço a pessoa que vendi minha musica meus direitos autorais do meu livro , é ridiculo a farça de bill e celso athaide. e como aquela premiaçao do rap de final de ano que so ganha quem sao so seus amigos e ainda tem gente que vai cantar la so pela passagem e pelo hotel ,enquanto eles embargam todo o dinheiro. nao ha o que se discutir sobre a cufa e seu trabalho alias um belissimo trabalho mais dizer que nao desviam muito dinheiro seria ironia demais nè amigos. bom a tempos que venho observando a grande falsidade em relaçao há certas coisas que os rappers brasileiros tem como mano bromw fazer contratos com a nike e tentar se esconder com a sigla Mb na coletanea o jogo é hoje ouço muitos comentarios que ele pegou 5oomil um milhao, mais o fato é que o interressante no hip hop brasileiro é a disputa pra ver quem é mais hulmide quem é mais favela pra ganhar legitimidade com as pessoas, pelo menos na palavra.pura tatica comercial.mais essa estrategia nao tem funcionado muito ultimamente,pois vejo que a realidade do funk carioca que por mais inlicito e nocivo que seja é mais transparente que o rap, ao menos esses jovens assumen seus gostos materialista sem maquiar o gosto dos jovens da periferia. vamos ver quantos poetas falsos ainda o rap brasileiro ira trazer alias nike nao me traga um all star rsrsrsrsrsrrrrrsrssrrrr

    agosto 4, 2009 às 01:56

  2. Carlos Santos

    Tio, a não ser que o MV Bill (vá ser americanófilo assim lá na esquina) tenha trocado de sexo, o correto seria escrever “ataque deliberado a MV Bill” e não “à MV Bill”. Ah, a crase, eterna incompreendida…

    agosto 4, 2009 às 03:04

    • Carlos,

      Te agradeço pela correção. Apesar do texto ter sido revisado, essa crase acabou passando.

      Sempre que notar algo que tenha fugido da norma gramatical, pode nos avisar que iremos corrigir!

      Abraço.

      agosto 4, 2009 às 13:49

  3. já faz um tempo que deixei de escutar mvbill por ver o sensacionalismo de um menino que sobreviveu aquela parada do falcão, no programa do Faustão colocando nariz de palhaço e indo realizar sonho no circo, acho que depois disso o nome MV BILL deixa de ser (dentro da minha casa) simbolo de vitória, trajetos e glórias… e passa a ser mais uma atração do caldeirão do hulk e compositor de GANGSTA RAP americano com canções onde fala que “só tem K.Ô. no baile” e a nova escola do rap nos prova que é necessário evoluir e entrar na mídia não de forma comercial barata, não se disponibilizando a rede globo MAS TRANTANDO O RAP DA FORMA COMO ELE DEVE SER TRATADO, assim como faz o mano Rappin Hood no manos e minas da tv cultura… voltando ao FOCO, eu creio que depois de ver o mvbill no faustão a parte dele dentro do RAP chega ao fim e dai pra frente é só olho de cifrões $.$

    agosto 4, 2009 às 03:06

    • casadanegrita

      Acredito que alguma coisa se perdeu no seu comentário, assim como nas acusações do Mainardi. Independente de quem gosta de rap ou não, o alvo dessas acusações é o artista quando deveria ser a R.A. Produções Artísticas. O problema é estar na mídia? Por essas e outras o rap não evoluiu, por essas e outras a palavras revolução só fica no imaginário. Quantas pessoas assistem a TV Cultura e quantas pessoas assistem a Globo? Informação para os necessitados não é mais interessante? Geral reclama do Domingão do Faustão porque a programação é pobre e manipulada, quando existe a possibilidade de melhora o próprio pessoal do rap se rebela contra. Pra mim, o rap já morreu faz tempo, e morreu na praia. Tinha tudo pra fazer a diferença, mas começou a nadar em círculo. A CUFA emprega e profissionaliza muito mais gente do qualquer Mainardi e Azevedo imaginam. O Mainardi poderia tirar o rabo da cadeira e subir o Complexo do Alemão, mais precisamente no Morro da Esperança. Mas pra quê, né? Isso não é polêmico.
      E ele é só mais um de direita torcendo contra a maioria sempre. Agora o pessoal do rap se revoltar pq o MV Bill apareceu na Globo é muito mais revoltante. Adoraria ver o Rappin Hood no Faustão, o Mano Brown no Caldeirão, enriqueceria a única programação que está disponível para seus publicos alvos: a população! Mas é muito mais revolucionário ficar de fora, atacando de dentro do gueto do que dar a cara. Triste!

      E só pra finalizar, o MV Bill nunca envergonharia o rap nacional como fez o Mano Brown naquela entrevista deplorável ao Roda Viva.

      agosto 4, 2009 às 05:05

      • vou apenas indicar uns livros pra que a tão informada e articulada “casadanegrita” veja que correr pelo certo é um compromisso de quem carrega a raça na pele.

        Paul Gilroy, O Atlântico Negro
        Paul Gilroy, Entre Campos
        Stuart Hall, Estudos Culturais

        A RUA É NÓIZ ;)

        agosto 15, 2009 às 01:00

  4. dener

    Ha, essa é a polemica, eu ja sabia! quando o ronaldinho apareceu no faustao liberando uma verba para o bill e seus projetos tava na cara que ele ia fazer dim dim pra ele tambem. nao acho errado isso nao ta certo favorecer só aos outros nao da, né tio.so nao gosto de perreco de ficar dizendo que a vida ta dificil, tem que falar que venceu tio, que superou as dificuldades e pronto. eu até concordei com o primeiro comentarista em algumas ideias porque o rap brasileiro tem vergonha de falar que gosta de dinheiro, coisas boas. ate os nigerianos que vieram da africa, uma realidade fudida, sao mais assumidos. quem inventou essa ideia besta para o rap do brasil, eim.

    agosto 4, 2009 às 03:49

  5. Oga Mendonca

    Parabéns o texto ficou do caralho…pra mim só faltou citar o blog do Noblat, pra quem está interessado em saber mais sobre o veículo citado.

    Abs

    agosto 4, 2009 às 04:09

  6. Mandou bem Edu, Per Raps Original e posicionado como sempre.

    Ganhou mais um monte de ponto comigo!

    agosto 4, 2009 às 04:47

  7. Pingback: MV Bill, Sarney, Veja, 55Chan… De que lado você samba? « Casa da Negrita

  8. É muito fácil falar de hipocrisia no Brasil, todos comentam sobre Mano Brown, Mv Bill, entre outros, e dizem que só pensam em cifrões. Quem não pensa?

    A única questão em jogo é um formador de opniões jogar numa rede de comunicação, uma questão mal averiguada, ou no mínimo mal resolvida.

    Questão mal resolvida que para ele (Diogo Mainardi) como um bom entendedor de polêmicas, sabe o retorno que isso lhe dá.

    Comentários como “mediocridade musical” me faz pensar, que talvez MC Creu, Vanessa Camargo, entre outros músicos sejam então a tão aclamada “música de bom nível”.

    Comentários como “Faustão deve ter se envergonhado”, me faz chegar na conclusão que seja por ele mesmo (Faustão) ou por outro motivo, já passou da hora dele se envergonhar.

    Se MV Bill e Celso Athayde estiverem envolvidos em algo, isso nos iremos saber cedo ou tarde, mas acho que formadores de opniões e leitores “com grau de inteligência alta” deveriam parar de polêmica e preconceito usar seus artifícios em prol da sociedade em geral e não apenas de seu nariz empinado e sua vida bem estruturada.

    Abraços rapaziada do PerRaps, ótimo texto.

    agosto 4, 2009 às 12:32

  9. A pior coisa do brasileiro é dar bola pra Veja. Não há nesse veículo de (des)informação uma só notícia em que se possa confiar. Até os “10 melhores” são comprados…
    O ataque do Mainard foi focado em 2 pontos:
    1. Petrobras, que o partido e empre$a$ patrocinadoras da direita defendem, no sentido de atacar para criar desprestígio e poder privatizar.
    2. Os negros e pobres, que os brancos da elite paulista tanto odeiam, principalmente se for do RJ.

    Portanto não há nada de credível no texto desse que é o maior fascista brasileiro.

    Mas uma coisa é importante, MV Bill está tão interessado no $$$ que foi capaz de ir no Haiti e dizer que o exército brasileiro ta fazendo o bem, mesmo ele sabendo que não é essa a verdade. Tudo em nome dos patrocinios dados pela rede globo. Ele foi lá para dizer aos brasileiros que o negro de lá merece morrer por ser negro e não servir aos interesses imperiais. UMA VERGONHA

    agosto 4, 2009 às 16:19

  10. “Os fãs de hoje são os linchadores de amanhã” (Millôr)

    agosto 4, 2009 às 17:41

  11. Gustavo Moura

    http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=60253
    Esse é o link de um artigo do Paulo Shetara sobre o tema.
    Pra além disso, eu tenho a convicção de que falta projeto político ao Movimento Hiphop. Aliás, existem alguns projetos que tem algo comum entre si.
    Como falta essa clareza pra maioria das pessoas, fica-se discutindo se fulano ou ciclano é bonzinho ou malzinho… Pra mim não tem essa. Aí criticam o mv bill da mesma forma que a veja… sem provas, sem indícios, de forma simplesmente leviana. Até aparecer no Faustão é um problema (lembrando que a globo é concessão pública, apesar de veicular interesses bastante privados… Nós temos que lutar por uma programação de melhor qualidade lá também e lutar pra ter espaço lá também)

    agosto 4, 2009 às 19:13

  12. Neo

    Caralho, fico cada vez mais desapontado com a natureza humana. Acho o Bill um puta poeta, e vagabundo vem falar que ele apareceu em tal ou qual programa, que tá ganhando dinheiro… O cara faz um trabalho social do caramba, ajuda um monte de gente. Será que quem critica já ofereceu uma ajuda pra ele lá? Será que já fez alguma coisa na sua própria área? É capaz de vagabundo apoiar essa Veja racista (vcs sabiam que um grupo sul-africano que apoiou o apartheid é dono de metade da empresa?) do que apoiar o Bill. É, a cabeça da rapaziada tá muito ruim. O problema é que nós estamos em guerra e as pessoas ainda não sabem de que lado estão…

    agosto 5, 2009 às 02:33

  13. É evidente que as relações de poder envolvidas na parada são as mesmas colocadas desde sempre. Mainardi representa a pequena parte do povo brasileiro que acha que os de baixo devem mesmo é ficar na senzala, e se vale de todo o poder da Veja para transmitir suas opiniões como se fossem verdade. Discordo de muitas atitudes que o Bill tem tomado, mas vejo mais verdade em um verso dele do que em qualquer coisa que o Mainardi tenha escrito. A verdade é que cada um defende os interesses de seu grupo, seja de raça ou classe, por isso fecho com o Bill. O que me irrita são esses caras pobres (de espítido e matéria) que lêm o Mainardi e acabam comprando um discurso elitista mesmo estando na merda.
    Não é a primeira vez que Mainardi faz isso diretamente contra o Bill, lembro do ataque da Veja e dele contra a fundação da TV Brasil, atacando em uma matéria todos os envolvidos no projeto, que tem o Bill como consultor se não me engano.
    O grande ataque na verdade é contra o governo Lula, que desde o início fechou com a CUFA, fazendo a parceria que acabou gerando a Frente Nacional de Hip Hop, na minha opinião um instrumento de cooptação de movimento social, mas isto é outra história…

    agosto 5, 2009 às 04:33

  14. André

    A Veja está entre o pior do Brasil. O duro é que muita gente compra. Acho que já ficou claro que a questão levantada pelo colunista configurou uma “barriga” termo usado para designar as bobeadas dos jornalistas. A intenção, a meu ver, era atacar o governo Lula. Como tudo que esse colunista faz, tiro pela culatra. O nível intelectual dele é muito baixo, imagino que não aguente 15 minutos de discussão numa mesa de bar – ia sair bufando e batendo pé, bem “dono da bola”. Acho ainda que, diferente da Globo, que com todos os seus defeitos tem sim espaços mais democráticos, mesmo que enviesados, a Veja simboliza o ódio da elite ao Brasil. É só entrar no arquivo online da revista e ver a segunda edição de 1994, tem uma matéria sobre hip hop e funk (com chamada de capa). No editorial dizem que os funkeiros são responsáveis pelos arrastões da época, entre outros absurdos racistas. Lembrei desses dois posts, acho que contribuem pro papo: http://guaciara.wordpress.com/2009/07/22/o-odio-ao-brasil/#comments
    e
    http://guaciara.wordpress.com/2009/08/04/o-horror-o-horror/
    Abs!

    agosto 5, 2009 às 16:34

  15. Ruberto

    Pq esses caras não param de falar merda e vão fazer e vão fazer alguma coisa que preste talvez um terço do que o Bill faz pelas favelas? estão perdendo tempo investigando uma pessoa que poderia estar muito bem com mansões e morando fora do pais pois sua música e seu talento o proporcionaria, mas não esta junto dos desfavorecidos para ajuda-los e lutar com eles.

    outubro 28, 2010 às 09:21

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