Blog de informações sobre hip hop, rap brasileiro e cultura de rua

“Não canso de ouvir” com Cyber

O rapper Dogg e o beatmaker Cyber em Porto Alegre/RS - Divulgação

O rapper Dogg e o beatmaker Cyber em Porto Alegre/RS - Divulgação

A seção “Não canso de ouvir” traz desta vez o produtor gaúcho Tiago Sperb Machado aka Cyber. Em São Paulo, ele é mais lembrado pelos seus trabalhos com o MC Paulo Napoli e o “raggaman” Jimmy Luv, mas já fez beats para nomes como Arcanjo Ras e o carioca Gutiérrez. Em suas produções, Cyber não costuma utilizar samplers, dando preferência para o uso de um teclado.

O funk possui espaço considerável no trabalho do gaúcho de apenas 21 anos, que no sul do país, é mais conhecido por essa vertente. Seu último beat foi feito para a dupla de Blumenau (SC), Dalmata, formada pela cantora D’Lara e o rapper BoaVentura.

Confira mais informações no myspace do beatmaker.

1) Gutierrez – Esse É O Meu Reino/PROMO (2004)

Esse CD Promo eu sempre escutei. Na época que saiu, eu nem conhecia o Gutierrez ainda, mas entrava direto no canal #Rap do IRC, e o pessoal falava bastante dos sons dele. Resolvi baixar. Não parei mais, até hoje escuto. Sempre tem uma faixa desta promo em qualquer seleção própria pra eu escutar. Rap nacional, objetivo, bolado, com sentimento, com balanço, porradão! Sem contar as letras e a voz dele que são marcantes. E o principal: refrões e rimas que grudam na cabeça, que tu fica cantando um dia inteiro! As três que eu destaco são: “O Massacre Da Rima Elétrica”, “Fallujah” e “Ruas”.

2) Ma$e – Harlem World (1997)

Vocês devem tá achando que eu to brincando né? Ma$e em uma seleção de discos! hehehe.. Curto pra caralho! O cara é taxado como fraquinho, flow fraco, letra fraca, som fraco. Mas eu vejo um potencial nele imenso, o estilo dele é diferente, é outra parada, é um estilo Ma$e mesmo. O que me chama atenção? É simples: o jeito dele rimar é único, aquela voz que muitos acham “chata”, pra mim, é foda. O cara tira muita onda! Esse álbum aí tem músicas interagidas, sempre com um refrão colante, diferente! E as bases sempre numa levada foda, marcantes, que não precisaria de nenhuma voz em cima pra ficar dançante. Resumindo, Ma$e é foda, sou fã mesmo, não só este álbum, mas todos. Não é por nada que Kanye West, Nelly, Fabolous e Loon veneram o cara! To felizão que ele voltou! Lembrando que o primeiro sucesso produzido por The Neptunes foi “Lookin’ At Me”. E já ouvi boatos que o Kanye West fez algo neste álbum, na época que ele era aprendiz do Deric ‘D-Dot’ Angelettie. Destaques: “What You Want”, “Lookin’ At Me” e “I Need To Be”.

3) Nirvana – Nevermind (1991)

nirvana_nevermind_cover

Foda…fez parte da minha adolescência, embora a banda nessas alturas já tinha acabado, Kurt Cobain se suicidado. É o tipo de disco que eu escutava até todo mundo à minha volta ficar de saco cheio. Até hoje eu pego o violão e sei tocar todas as faixas, sem exceção. Aprendi a tocar guitarra e baixo com ele, enchia o saco da minha professora de teoria musical, pra tirarmos as notas deste álbum, detalhe por detalhe. O que dizer? Cada detalhe é foda. Cada escala, cada solo, cada virada de bateria. Cada grito, cada refrão, cada verso. Agressivas, lentas, melancólicas…Kurt Cobain é um gênio, um baita compositor. Pra mim um compositor de qualquer tipo de música deve fazer sons que façam com que a pessoa escute, e não que desligue, e fale: Que chato! Que merda! Pra mim cada música tem que ter sua característica, onde você começa a tocar o arranjo e todo mundo sabe identificar: “Essa é tal música né?!”. É o caso desse álbum. Destaques: “Come As You Are”, “Lithium”, “Breed”.

4) Christina Aguilera – Stripped (2002)

É, Christina Aguilera na minha seleção! Isso mesmo! Stripped é obra prima, perfeição mesmo. Além da mina cantar pra caralho, arranjos de voz realmente pegajosos, falsetes, graves e agudos perfeitos, a produção do disco é demais! Os instrumentais me arrepiam, escuto direto, sempre que posso, desde quando o disco foi lançado. Passei a admirar o trabalho do produtor Scott Storch mil vezes, depois que escutei as sete das 20 faixas que ele produziu, sendo que duas foram single e estouraram em nível internacional. Os violinos que são usados nos sons, perfeitos. Destaque também pra Linda Perry que compôs no álbum também. Destaques: “Walk Away”, “Beautiful” e “Loving Me For Me”.

5) Sabotage – Rap É Compromisso (2000)

Lembro de estar no Fórum Social Mundial de 2003, aqui em Porto Alegre/RS, esperando ele vir para um show, escutando os sons do disco direto! Infelizmente ele não veio, mas também, quase queimamos o CD de tanto escutar. Pra mim é clássico esse CD, curto cada faixa, cada letra, cada refrão, cada base… falando nisso, de novo, os ingredientes que fazem de uma música, um som bom: uma letra fácil, um refrão e uma base criativa e grudenta. Direta! Na cara! DJ Cia, Ganjaman, DJ Zegon, mandaram muito neste disco. Os beats muito foda mesmo, e fechou com a época que lançaram. Destaques: “Um Bom Lugar”, “Na Zona Sul” e “País da Fome”.

6) The Game – The Documentary (2005)

Um disco recente, e muito bom. Nenhuma faixa é ruim. Músicas diferentes entre si, boas participações e principalmente, bons produtores. O álbum tem no mínimo 18 produtores e co-produtores diferentes, que contribuem para idéias e músicas diferentes, com objetivos diferentes. Dr.Dre, Scott Storch, Kanye West, Cool and Dre, Just Blaze, Timbaland, Havoc…Cada um com sua característica, com o seu jeito de produzir, deu no que deu. Tudo isso somado com a capacidade de 50 Cent e outros, de fazer refrões grudentos e marcantes, e a pegada do The Game nas rimas…pronto, clássico! Destaques: “Higher”, “Start From Scratch” e “Put You On The Game”.

7) 98 Degrees – 98 Degrees and Rising (1998)

Muita gente não conhece, mas é um grupo realmente muito bom, claro, pra quem gosta. Podem me apedrejar, é uma boy-band, canadense. Fazer o que, eu curto…o potencial do 98° se dá principalmente nas composições, que na maioria das vezes são feitas pelo cantor principal, Nick Lachey. Os sons são muito bem produzidos, e as músicas colam na cabeça, na primeira vez que escuta. A maioria é balada, e muito bem produzida. Muitos pianos. Muitos! Pra tristeza do pessoal que curte Nas, Method Man e Jay-Z, a dupla de produtores Poke and Tone (AKA Trackmasters) produz duas faixas deste disco. Uma delas é uma das minhas preferidas, que se chama “Heat It Up”. Destaques: “I Do (Cherish You)”, “Still” e “Heat It Up”.

8) Lil Jon & The East Side Boyz – Kings Of Crunk (2002)

Lil Jon é um gênio! O cara é o mestre em fazer o que eu mais gosto em uma música: caracterizá-la! Isso mesmo! Tu escuta o disco, e logo percebe que os arranjos principais são extremamente diferentes em cada faixa, e extremamente notáveis! Fortes!

Os gritos dele são demais. Ele sabe fazer um refrãozinho bem manjado, bem grudento. As vezes nem é tão manjado assim, é pura gritaria, mas ele consegue fazer com que isso fique da hora! As muitas participações desde CD não conseguem se destacar mais que Lil Jon e seus beats destruidores! Sou fã mesmo. Este album é foda! Destaques: “I Don’t Give a Fuck”, “Throw It Up” e “Ooh Na Na Naa Naa”.

9) Puff Daddy – Press Play (2006)

Puff Daddy_Press Play

Aqui no Brasil, pouca gente curte o Diddy. O som dele! Po, eu acho o cara um completo artista. Pra mim, um rapper não tem que saber só rimar, escrever, gravar e pronto. Pra mim, isso muitas vezes é o de menos. Hoje em dia tem que ter estilo próprio, tem que ter suas características próprias, tem que saber bolar um som, uma estrutura boa, uma estrutura que todos que escutem, gostem.. “Ah! Mas o Diddy não é um bom rapper”. Pra mim ele é sim, porém, dentro das características que ele possui. Sem falar de negócios, musicalmente falando…bom, eu quase destruí com este disco. Escutei muito! Várias participações, vários produtores bons. Músicas muito bem estruturadas. Vozes grudentas, repetidas, sintetizadores chiclés. Destaco o produtor Danja e as várias cantoras de R&B. Quebraram tudo! Destaques: “Diddy Rock”, “Tell Me” e “Through The Pain”.

10) Michael Jackson – Dangerous (1991)

Pra fechar, Dangerous! Primeira fita que eu tive, eu tinha 7 anos, imitava o Michael, os gritinhos, hahahah.. E jogava o jogo dele no video-game.. É foda! Som dançante pra caramba, bem produzido, as batidas sempre envolventes.  E os instrumentais muitas vezes unindo guitarras. As musicas do MJ sempre foram do jeito que eu gosto. Envolventes, com arranjos bem característicos em cada faixa, com refrões colantes. Nada muito repetitivo, ou apagado. Energia! Sentimento! E o que falar dos versos rimados? Muuuuuuuuuuuuito fodas! Sempre quis saber quem participava, quem rimava nos sons como “She Drives Me Wild” e “Black Or White”. Esta última eu descobri, é o desconhecido LTB que rima. A maior parte das faixas foram produzidas por Teddy Riley, do grupo R&B Blackstreet. Ótimo trabalho do Slash (na época, guitarrista do Guns ‘N Roses) nas guitarras. Destaques: “Black Or White”, “Remember The Time”, “Who Is It?”

12 Respostas

  1. Cyberdoria ! Sumemo DJ!

    agosto 17, 2009 às 21:14

  2. Pergunta

    Malandro que que esse blog tá virando???

    agosto 18, 2009 às 16:25

  3. Gusta

    Acho q foi o primeiro post, desde que eu comecei a acompanhar o blog diariamente, que me pareceu totalmente desnecessário (pra não dizer outra coisa). A começar pela foto que abre a matéria, passando pelo gosto musical e pelos motivos que fizeram estes álbuns tornarem inesquecíveis para o cidadão – “refrões colantes” (…) “vozes grudentas, repetidas, sintetizadores chiclés” (…) “Ele sabe fazer um refrãozinho bem manjado, bem grudento” (…) “as músicas colam na cabeça”.
    Com todo respeito mas… Que droga é essa???
    Só não vou escrever mais pois acredito que era justamente essa a intenção do “entrevistado”.

    Valeu e até o próximo post. (E que venha rápido)
    Abraços

    agosto 18, 2009 às 16:58

  4. Rob

    mandoo bem cyberrr…zonzeraaaa!

    agosto 18, 2009 às 19:17

  5. WWW

    Concordo que um beatmaker ou um produtor tenha que ouvir de tudo, mas…
    Mas hip hop, acima de tudo, é respeito.
    Se ele gosta, blz. Cada um cada um.
    Mas não faz o meu gosto mesmo.
    Abraço.

    agosto 18, 2009 às 20:14

  6. Rob

    pow eu tb axo isso táh ligadu
    respeitu em 1ºlugar!
    que culpa tem se foi chamado pra produzir bonde da stronda?
    é um lixo, mas qual é a culpa dele?!
    assim como produziu gutierrez paulo napoli..

    agosto 18, 2009 às 21:12

  7. Pergunta 2

    Errrei de site. Aqui que é o bocada?

    agosto 19, 2009 às 15:46

  8. Ja colo aqui no blog há uma cara, praticamente desde que ele começou suas atividades. Mas como o Gusta citou ali acima foi o primeiro post totalmente desnecessario de vocês. Sem maldade isso aí é o RAP?

    me lembro de ter visto no about do blog “Se uns fazem pela renda, nós fazemos pelo rap…”

    Sem querer levar uma com ninguem, tava mais pra essa matéria ter saido em algum blog HYPE por aí, mas por aqui não. Aqui eu entrava pra ler sobre RAP memo, de raiz. O “não me canso de ouvir” foi de dj Suissac, representação do rap nacional ao beatmaker Cyber(?). Da água pro vinho.

    Christina Aguilera citada junto com Sabotage aí foi a mais, hehehe sem contar na primeira foto que abria a matéria que foi retirada, raxei o bico.

    Sem maldade nenhuma, espero que essa matéria não tenha mostrado o rumo que esse blog está tomando, e que continue com aquela mesma linha de qualidade nas postagens.

    Nóis

    agosto 22, 2009 às 15:49

    • A escolha para a seção “Não canso de ouvir” é feita com base na relação que o entrevistado possui com o rap. No caso do beatmaker Cyber, o cara já trabalhou com Paulo Napoli, Gutiérrez, DG e outros no rap, além de Jimmy Luv e Arcanjo, que sempre estão próximos ao rap com o seu som ragga.

      Se o rap é mistura de ritmos e estilos, então nada melhor do que se ter referências diversas. A idéia aqui é falar de música e não apenas de UM estilo musical. Alguns possuem referências de rap, outros possuem referências variadas. Acho que se formos fazer crítica aqui, o melhor seria falar especificamente do trabalho da pessoa e não do lado pessoal da história. Assim como o Rob frisou, respeito em 1° lugar

      agosto 31, 2009 às 18:27

  9. Cada um na sua, mas é melhor saber o que é um ghostwritter antes de achar que o P Diddy é um “completo artista”.

    agosto 24, 2009 às 03:59

  10. Marcelo

    Esse é o velho problema:Só porque o cara produziu um BEAT(E convenhamos,hoje com os fuit loops da vida,muitos estão se achando…) já acham que o cara é destaque.Pois posso falar com propriedade pois sou DA MESMA CIDADE do Cyber:ELE NÃO É, NUNCA FOI E NEM VAI SER LIGADO AO HIP-HOP.Sabe aqueles carinhas que acham “legalzinho” um rap comercial? è o próprio.Aqui no sul ninguém sabe quem ele é.Mas voces sabem,internet HOJE EM DIA…

    setembro 4, 2009 às 13:53

  11. Marcelo

    E só pra completar:Aqui em Porto Alegre, esse cyber é embolado direto com os funkeiros.Até achei estranho ele estar dando opinião sobre uma cultura que não vivencia e sequer entende.Sugiro que, na próxima vez, pesquisem mais o histórico da pessoa,porque só por fazer base instrumental via internet penso que é insuficiente para ver o envolvimento e a SERIEDADE da pessoa…

    setembro 4, 2009 às 14:51

Deixar mensagem para Eduardo Ribas Cancelar resposta